Resumo Este artigo pretende explorar a dinâmica histórica que perpassou a construção da ideia de universidade moderna no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, bem como localizar historicamente a emergência das interpretações historiográficas que consolidaram uma direção unívoca para este processo. Fundamentados nos referenciais teóricos e metodológicos da história da educação, da história da historiografia e da história dos conceitos, analisamos os debates intelectuais promovidos pela Associação Brasileira de Educação (ABE) e identificamos a variedade de concepções filosóficas e pedagógicas sobre como deveria ser organizado o ensino superior brasileiro. Em seguida, confrontamos estas concepções com as representações que a historiografia da educação, a partir da década de 1970, fez delas. Concluímos que essa historiografia assimilou uma ideia de universidade atemporal, desprovida de historicidade, que comprometeu a compreensão daqueles debates.