A Escala de Analogia Visual do Apetite como ferramenta de apoio na detecção do risco de fracasso da persistência de perda de peso de pacientes com obesidade submetidos à gastroplastia

Abstract

Objetivou-se avaliar se a Escala de Analogia Visual (EAV) de Apetite pode ser útil como ferramenta para prevenção de ganho de peso indesejável ou da redução da perda ponderal esperada em pacientes submetidos à gastroplastia. Trata-se de um estudo longitudinal, onde trinta pacientes submetidos à gastroplastia, selecionados aleatoriamente, tiveram seu apetite aferido no primeiro e terceiro mês após a realização da cirurgia. Na EAV de apetite utilizada constavam dados referentes à sensação subjetiva de fome, saciedade, plenitude e desejo de comer alimentos em geral ou específicos (doce, salgado, temperado e gorduroso). A escala, para cada item, tem o comprimento de 100mm, com numeração de 0 a 10, onde o próprio paciente assinala uma linha vertical no ponto onde considera estar sua sensação de apetite para o item avaliado. Os dados foram analisados através do teste t de Student, ao nível de 5%. No primeiro mês, houve estabilidade das sensações referentes a todos os itens, compatível com ausência de vontade de ingerir cada tipo de alimento. No entanto, este fato não ocorreu aos três meses após a cirurgia, havendo menor plenitude e saciedade e maior desejo de comer alimentos específicos. Este fato pode se traduzir em uma maior busca quantitativa por estes alimentos, favorecendo ganho ponderal ou redução da velocidade de perda ponderal. Conclui-se que a EAV de apetite utilizada é uma ferramenta que pode ser útil no acompanhamento deste tipo de paciente, direcionando as estratégias da equipe para uma maior efetividade.

A atuação neuroendócrina no controle da fome e saciedade e sua relação com a obesidade

“…Além do adoecimento físico, a obesidade pode estar atrelada ao sofrimento psíquico, dado ao desajustamento emocional (alterações de humor, depressão, ansiedade, etc.) e formação de um autoconceito negativo por parte do indivíduo (Rodrigues et al, 2021).…”