A Educação Ambiental Na Formação Inicial De Professores: Um Panorama Das Teses E Dissertações Brasileiras (2010-2016)

Abstract

O presente trabalho apresenta um panorama de como a inserção da educação ambiental na formação inicial de professores tem sido abordada nas pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação brasileiros no período de 2010-2016. Os resumos das 36 dissertações e teses encontradas foram lidos e analisados. Os resultados mostram que a maioria das pesquisas foi de mestrado acadêmico, com predomínio em programas de pós-graduação na área de Educação, em instituições públicas federais, seguidas pelas estaduais e três instituições privadas. As teses de doutorado, na quase totalidade, foram feitas em programas da região sudeste com exceção de quatro, sendo duas na região nordeste, uma na centro-oeste e uma na sul. Na análise dos referenciais teóricos encontrou-se uma ampla diversidade de conceitos, baseada nos pressupostos estabelecidos para a educação ambiental, como a preocupação com questões ambientais; fundamentos da educação ambiental na vertente conservadora e na vertente crítica; transversalidade e interdisciplinaridade; ambientalização universitária e curricular, dentre outros. Todos os estudos foram de natureza qualitativa, com identificação das técnicas de pesquisa: análise de documentos, entrevistas, questionários, grupo focal, observação participante, análise textual discursiva, análise de conteúdo e metatexto. Alguns estudos mostraram cursos ambientalizados ou em processo de ambientalização e outros, poucos indícios da inserção da educação ambiental no currículo. Identificaram-se lacunas referentes à falta de pesquisas relacionando a formação inicial com a prática profissional dos egressos e à ausência de atividades interdisciplinares e transdisciplinares envolvendo a educação ambiental, nos cursos de formação inicial de professores.

Educação ambiental na formação inicial de professores: um relato de experiência a partir da temática agrotóxicos

“…Estudos recentes mostram que apesar do grande interesse dos docentes e alunos em inserir as discussões ambientais no seu cotidiano escolar, algumas questões fundamentais (currículo, gestão escolar, formação inicial/continuada e recursos financeiros) são grandes entraves, as quais precisam ser contempladas pelas políticas públicas para que a EA possa ser viabilizada (LAMOSA e LOUREIRO, 2011). Resultante disso, a EA, acaba por ser pouco discutida nos espaços educativos, bem como na formação inicial e continuada de professores (COELHO-MIYAZAWA et al, 2017).…”

“…Nesse sentido, torna-se relevante a implementação de atividades nos cursos de Licenciatura, principalmente em Ciências Biológicas, a fim de contribuir para uma formação inicial mais ciente da importância da EA, como um potente veículo de transformação socioambiental. Estudos conduzidos por Coelho-Miyazawa et al (2017) indicam que há poucos trabalhos publicados que relacionam a abordagem da EA durante a formação inicial de professores com as suas futuras atuações no ambiente escolar.…”