O território Campos e Lagos abriga dois sistemas lacustres permanentes com campos inundáveis e lagos temporários. Essas características comuns definem os moradores como “baixadeiros”. Alguns grupos sociais, como a juventude rural, sofrem intensamente os impactos ambientais e a falta de políticas que acometem o território. O objetivo deste trabalho foi analisar a situação da juventude no contexto socioespacial, considerando os vínculos rurais e a transição campo-cidade. A pesquisa foi descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e parte empírica baseada em entrevistas semiestruturadas. Foram investigados 84 jovens de vinte comunidades, e representantes de organizações locais. Os jovens menores ficam nas comunidades até completar dezoito anos. Os maiores seguem para a capital ou para um município maior para fazer faculdade; ou vão para outro estado trabalhar no agronegócio. Quem segue esse caminho repete o hábito de uma migração pendular; alguns seguem para as áreas urbanas. A saída é quase obrigatória por falta de alternativas de trabalho e renda, e a aceitação por parte da família é natural.