ResumoIntrodução: Sintomas psiquiátricos são freqüentes após o parto, momento marcado por alterações hormonais e mudanças no caráter social, na organização familiar e na identidade feminina. A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) é instrumento de auto-avaliação para rastrear depressão após a gestação, nem sempre adequadamente reconhecida pelos profissionais de saúde. O objetivo deste estudo foi avaliar prevalência de depressão pós-parto em mulheres atendidas em unidades básicas de saúde. Métodos: Estudo transversal com aplicação da EPDS em 292 mulheres que se encontravam entre 31 e 180 dias após o parto. Adotamos o ponto de corte < 12 na EPDS como depressão. Resultados: Do total, 115 (39,4%) apresentaram escores < 12, na EPDS, foram consideradas deprimidas; 177 (60,6%), com escores < 12, foram consideradas não-deprimidas. Mulheres com menor escolaridade, maior número de gestações, maior paridade, maior número de filhos vivos e menor tempo de relacionamento apresentaram mais depressão. Conclusão: A elevada freqüência de depressão pós-parto está relacionada com fatores sociais, demonstrando a importância dos profissionais de atenção básica na detecção precoce da depressão, tendo como auxílio instrumentos como a EPDS, pela sua eficácia e praticidade. Descritores: Depressão pós-parto, epidemiologia, escala de Edimburgo.
AbstractIntroduction: Psychiatric symptoms are frequent in the postpartum period, a moment marked by hormonal alterations and changes in social character, family organization and women's identity. The Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) is a selfreporting instrument to track depression after pregnancy, unfortunately not always properly supported by health care professionals. This study aimed at verifying the prevalence of postpartum depression in women receiving care at basic health units. Methods: Cross-sectional study including 292 women in the postpartum period (from day 31 to 180) who answered the EPDS questionnaire. Cut-off point < 12 for EPDS depression was used. Results: A total of 115 women (39.4%) had scores < 12 in EPDS, classified as depressive; 177 (60.6%) had scores < 12 and were not considered depressive. Women with lower education, higher number of pregnancies, higher parity, higher number of live children and shortest relationship time had more depression. Conclusion: High frequency of postpartum depression is associated with social factors, which shows the importance of health care professionals in early detection of depression, with the aid of instruments such as EPDS, due to its efficacy and practicability.