ResumoDesde março de 2020, com a declaração pela OMS do estado de pandemia, em razão da COVID-19, o turismo brasileiro, assim como em todo o globo, enfrenta uma crise brutal e sem precedentes. Um setor que vinha apresentando um ritmo de crescimento, foi paralisado e segue atravessando um caminho de incertezas. Nesse sentido, este capítulo objetiva analisar de que forma os pequenos negócios brasileiros da cadeia produtiva do turismo foram afetados pela pandemia. Os dados que serviram de base foram apurados pela pesquisa Sebrae/FGV, realizada durante 15 meses por meio de coletas on-line. Foi utilizado o recorte de dados apurados junto a 12.007 empresas de turismo e alimentação. A análise foi baseada em nove variáveis econômicas da citada pesquisa, seguida de um complemento qualitativo de dados. Os resultados mostram uma lenta recuperação, marcada pela alta quantidade de estabelecimentos ainda fechados, demissões, expressiva busca por empréstimos e pelo alto número de empresas inadimplentes. Apesar das ações de suporte anunciadas pelos governos e da retomada gradual das viagens, a perspectiva dos pequenos negócios revelada foi predominantemente negativa. O sentimento mais recorrente foi descrito pela ideia de dificuldade e aflição. Como complemento, foram levantados exemplos de empresas, trazendo luz para as diferentes realidades. Isso revelou que, passados 6 meses da 11ª edição da pesquisa Sebrae/FGV, o sentimento de aflição persiste para alguns, mas se começa a observar empreendimentos que estão conseguindo inovar e atrair diferentes públicos, com um perfil mais voltado para a sustentabilidade.