“…Já o fantástico enquanto modo narrativo, segundo o pesquisador português Filipe Furtado, abrange "pelo menos a maioria do imenso domínio literário e artístico que, longe de se pretender realista, recusa atribuir qualquer prioridade a uma representação rigorosamente 'mimética' do mundo objectivo" (FURTADO, 2009). Com posicionamento semelhantemente ao de Furtado, Silva estabelece a Literatura Fantástica como "[…] forma literária que se caracteriza pela representação de mundos ficcionais que se distinguem do nosso pela presença de um elemento descontinuador da realidade que pode ou não ser justificado através das leis físicas ou da extrapolação dessas mesmas leis" (SILVA, 2008, p. 15-16) A partir das definições apresentadas por Silva (2008) e Furtado (2009), a pesquisadora brasileira Marisa M. Gama-Khalil argumenta que, por ter uma ampla abrangência, o modo fantástico "agrega uma heterogeneidade de textos e gêneros por intermédio de um fator que lhes é comum: o sobrenatural, integrando o conto de fadas, o gótico, o maravilhoso, o estranho, a ficção científica e outras modalidades" (GAMA-KHALIL, 2019). Neste estudo, considerarse-á o fantástico como um modo narrativo, sendo a fantasia, portanto, uma das diversas formas de manifestação do mesmo.…”