A contribuição da gestão do capital intelectual para minimização dos custos ocultos na administração pública

Abstract

Esta pesquisa demonstra como uma gestão adequada do capital intelectual pode melhorar a administração dos custos ocultos nas entidades públicas, fornecendo o conceito de capital intelectual e custos ocultos e explorando modelos de mensuração do capital intelectual existentes, com destaque para o modelo de Queiroz (2003), que propõe a análise de cinco variáveis para o setor público (capital humano, organização interna, relações externas, qualidade e transparência). A presente pesquisa apresenta um estudo de caso na Universidade Federal Fluminense - Niterói (Brasil) com a aplicação de um questionário baseado no modelo de Queiroz, com objetivo de evidenciar a contribuição que a gestão do capital intelectual pode fornecer como ferramenta auxiliar na detecção, prevenção e administração dos custos ocultos. Os resultados permitem a identificação das disfunções existentes, provenientes da má gestão do capital intelectual, as quais contribuem para construção e perpetuação de uma cultura negativa, para existência de procedimentos ineficientes e para falta de regulamentação e controle. A replicação desse estudo em outras instituições permitirá verificar como está a gestão de seu capital intelectual e quais pontos precisam receber atenção para controlar as disfunções existentes e, assim, minimizar, ou ainda, não gerar os custos ocultos.

Custos ocultos comportamentais no setor público: uma abordagem a partir do capital intelectual

“…De acordo com Sousa (2015), é importante entender que a administração dos custos ocultos não pode ser analisada de forma isolada, sendo imprescindível fazer a relação com outras atividades, dentre elas, a gestão do capital intelectual.…”

“…Assim, salienta-se que a gestão do capital intelectual no âmbito público é abstrusa, quando se considera questões políticas e de planejamento, em virtude que, nesse ambiente, se almeja resultados imediatos, geralmente, em período de quatro anos, coincidindo com o mandato eleitoral de seu gestor principal, conforme Sousa (2015) e Sousa, Ribeiro e Rodriguez (2016). contexto, esta pesquisa contribui para a consolidação dos conceitos de custos ocultos comportamentais ordenados na literatura, além de incorporar o entendimento relativo ao capital intelectual e suas variáveis que podem ser aplicadas no setor público.…”

“…Portanto, caso existam atrofias nos comportamentos e/ou nas estruturas, consequentemente, haverá ocorrência de custos ocultos. Dessa forma, faz-se necessária uma análise destas duas variáveis na busca de soluções para as disfunções (Sousa, 2015).…”

“…Pesquisas têm sido realizadas sobre custos ocultos, no setor público. Dentre elas, relacionamos a de Dutra & Bornia (2009), Martins (2012), Resende, Cunha & Cardoso (2010), Silva, Severiano Filho (2011) e Maria do Socorro da Conceição Moura Pessoa & Antônio André Cunha Callado Sousa (2015). Outros estudos abordam o capital intelectual nas organizações públicas, tais como: Bailoa, & Silva (2007), Brooking (1996), Edvinsson & Malone (1998), Joia (2001), Mello, Cohen & Oliveira (2003), Queiroz (2006), Queiroz (2003) e Stefano et al (2014).…”

“…Segundo Joia (2001), a gestão do capital intelectual, no setor público, contribui para a difusão do conhecimento e melhoria do desempenho dos servidores, visto que pode ser utilizada para a redução de retrabalho e aumento da produtividade. No entanto, Sousa (2015) afirma que a maioria dos servidores, recémempossados, não têm acesso às informações fundamentais e específicas para o cumprimento dos trabalhos atribuídos ao seu cargo ou função. Isso ocorre porque os servidores que ocupavam o cargo, anteriormente, retiveram o conhecimento e não socializaram verbalmente e nem de forma sistematizada.…”