A colonialidade como projeto estruturante da crise ecológica e a Educação Ambiental desde el Sur como possível caminho para a decolonialidade

Abstract

Esse artigo se inspira na ideia de que a América Latina é fundada num conflito ambiental, que remonta à ruptura das relações sociedade-natureza com vistas à instauração de um modelo extrativista e espoliativo nesses territórios. A “descoberta” inventa identidades racializadas – negros e índios – cujos modos de vida são encobertos. A colonialidade está presente e estrutura a crise ecológica atual. Através de uma prática educativa que busca (re)qualificar as relações com a natureza, ao desvelar os conflitos ambientais constitutivos deste território, vemos na Educação Ambiental (EA) crítica um caminho possível de reconexão frente à fratura exposta pela colonização, atuando como um dispositivo desencobridor e decolonial, disposto a contar “a história que a história não conta”, quando aliada aos saberes e às lutas históricas de povos espoliados. Para tanto, compartilhamos algumas elaborações teórico-práticas que reflexionam/constroem uma EA fincada na América Latina: uma EA desde el Sur.

The socio-environmental issue in a corner of (dis)enchantment of the urban space and Environmental Education as a way of (re)enchantment: a view of the City Park of Aracaju, Sergipe, Brazil

“…In this sense, the implementation of Environmental Education in the City Park and EPA Morro do Urubu may awaken the (re)enchantment not only for space but also for life, after all, as argued by Salgado et al (2019), as it unfolds, the population understands the environmental oppression experienced in silence by the oppressed and neglected by the public power, co-opted by hegemonic developmental projects focused on profit -such as the expansion of civil construction and unplanned environmental urbanism -awakening insubordination to the oppressive world-system through the instigation and development of belonging, engagement, and collective mobilization in the struggle for social justice that brings the quality of life and meaning to living.…”

“…With the advance of the construction industry in the EPA region, new historical agents arrive to occupy the space, and with it, the aggravation of environmental oppression based on the naturalization of ways of life that break the relationship between human beings and nature, placing this subject as an anthropocentric being and, as such, a tradition devastator in favor of rationalizing the environment for the benefit of profit; hierarchy of value between produced and natural goods; homogenizer of violent anthropic actions and conflicts with the environment and with people; silencer of the oppressed; and propagator of the idea of false progress based on economic development based on expropriation and exploitation (Salgado et al, 2019).…”

Análise Ambiental a Partir De Uma Perspectiva Crítica

“…A partir disso, houve no meio urbano a separação da sociedade com a natureza. Assim, a natureza é vista como algo controlado, explorado e dissociado do homem (OLIVEIRA, 2002;SALGADO;MENEZES;SÁNCHEZ, 2019). A partir desta ideia é citado o termo humanismo que foi criado na Itália no século XV com o intuito de que existisse um ambiente controlável pelo homem e neste, a pessoa determinaria quais ações iriam lhe afetar (SKINNER, 1978;BIGNOTTO, 2018).…”

Diálogos com a Educação Ambiental desde el Sur a partir da “fotoescrevivência”

“…A partir de uma práxis orientada ao pensamento decolonial, o Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde el Sur -GEASur, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, vem construindo o conceito da educação ambiental desde el Sur (SALGADO et al, 2019;RUFINO et al, 2020). A educação ambiental desde el Sur tem como base a crítica ao colonialismo e o fomento a processos de(s)coloniais, presentes nas ontologias e epistemologias de grupos que desde a modernidade estiveram à margem do mundo globalizado (RUFINO et al, 2020).…”