A Cobertura Vacinal Da Poliomielite No Brasil Nos Últimos 11 Anos

Abstract

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda provocada por um enterovírus da família Picornaviridae 1 , transmitida pelo contato direto pessoa-pessoa ou via fecal-oral 2 . Pode haver acometimento do sistema nervoso central causando paralisia flácida, assimétrica, de inicio súbito, acometendo membros inferiores, ou apenas sintomas constitucionais como febre, fadiga, cefaleia, mialgia e dor em membros 3 .A doença é descrita desde a antiguidade, porém é reconhecida como problema de saúde pública, devido ao seu papel epidêmico, somente no final do século XIX. No Brasil, em 1955, foi introduzida a vacina inativada da poliomielite (VIP) apenas em clínicas privadas e em algumas secretarias estaduais e municipais. Já a vacina oral da poliomielite (VOP), descoberta por Sabin, foi disponibilizada para a população a partir de 1960. Isso possibilitou a eliminação da doença na maioria dos países 4 . Na década de 70 houve a criação do Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo de reduzir a morbidade e mortalidade por doenças evitáveis através da vacinação. O último caso notificado no país foi no ano de 1989 e desde 1990 não há mais notificações da doença 5 . No ano de 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-

Declínio da cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil: A negligência e suas consequências

“…A poliomielite é uma infecção viral de sintomatologia variada, podendo ser sintomática ou assintomática. Sua forma aguda sintomática é caracterizada por alterações inespecíficas como febre, cefaléia, náuseas, vômitos e mialgia, enquanto sua forma mais grave (chamada de paralítica) é caracterizada pelo acometimento do sistema nervoso central e alterações como dor de cabeça, pescoço e coluna, paralisia flácida e assimétrica dos membros inferiores, atrofia muscular, insuficiência respiratória e morte (Barros et al, 2018;Gomes et al, 2022;Sinclair & Omar, 2021;Tseha, 2021).…”

Análise da cobertura vacinal e da taxa de abandono da vacina contra a poliomielite na Região Metropolitana da Baixada Santista entre 2016 a 2019

“…E de acordo com estudo de Barros (2018), pelo qual fizeram uma análise regional no Brasil, entre 2011 a 2017, a região Sudeste em que se encontra a RMBS, apresentou uma queda consecutiva na CV no decorrer de onze anos, em que últimos três anos de 2015 até 2017 teve o maior declínio. Algo que se encontra em concordância, com semelhança nos resultados desse estudo com anos na RMBS nos anos de 2016 e 2017.…”

Poliomielite: Cobertura Vacinal na Região Sudeste do Brasil

“…Somado a isso, após essa idade, aos 15 meses (representado por 1 ano no gráfico), é dado o primeiro reforço, justificando seu predomínio nesta fase. Ademais, no mesmo calendário vacinal é aplicado um segundo reforço aos 4 anos, que, contudo, pode ser aplicado em pacientes com 5 anos ou mais, quando cartão vacinal incompleto, justificando, também, a sua predominância em tais faixas etárias (Bandyopadhyay, et al, 2015;Parker, et al, 2015;Ministério da Saúde, 2014;Barros, et al, 2018;Verani, 2020;Pedreira, 2018).…”

“…A ocorrência de complicações em decorrência do adoecimento é responsável por uma redução significativa da qualidade de vida dos indivíduos infectados, mormente, aquelas relacionadas à forma paralítica, que se apresenta como uma súbita paralisia flácida assimétrica e hiporreflexa, com predomínio crural, porém com sensibilidade preservada no segmento afetado. Apesar do conhecimento sobre tais complicações, não há tratamento específico para essa doença crônica, sendo possível apenas preveni-la por vacinação (Medeiros, et al, 2018;Durante & Poz, 2014;Barros, et al, 2018;Rechenchoski, et al, 2015).…”

“…Tal programa tem como objetivo principal a estimulação e expansão da utilização de agentes imunizantes por todo o país, reduzindo, assim, a morbimortalidade por doenças imunopreviníveis no Brasil. E, No ano de 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do WPV no território brasileiro, tendo na PIN, desde 2016, a fixação das doses de VIP aos dois, quatro e seis meses de vida, sendo necessários dois reforços com a VOP aos quinze meses e aos quatro anos de idade (Bandyopadhyay, et al, 2015;WHO, 2020;WHO, 2016;Ciapponi, 2019;Névoa, 2020;Verani, 2020;Barros, et al, 2018;Verani, 2020;Pedreira, 2018).…”