"A cartomante": vertigem machadiana

Abstract

Resumo Este ensaio desenvolve uma leitura de "A cartomante", de Machado de Assis, a partir da hipótese de que o conto machadiano trama, junto ao leitor, um "efeito de vertigem", desestabilização inquietante na leitura, corte com uma pretensa linearidade, que vem ligado à estrutura da narrativa. São operadores de passagens com efeitos paradoxais que estão implicados na vida e na ficção: trabalho do estilo, das obliquidades e ironias machadianas.

Entre cálculos e conveniências: a representação da mulher e do casamento nos contos machadianos

“…Mais adiante, o narrador vai tecendo uma tensão sobre a situação de Rita e Camilo diante do recebimento de cartas anônimas que denunciavam o romance proibido do casal e, em seguida, pela chamada que Camilo recebe para ir à casa de Vilela com urgência. A partir daí, a narração é construída por meio de um efeito de vertigem (Pereira, 2016), o qual consiste nas diversas reviravoltas e torções que o texto faz com a narrativa. Assim, o enredo é construído com base em uma tensão que se revela de maneira não linear e inesperada.…”

“…A Banda de Moebius, conforme explicaPereira (2016), consiste em uma fita com duas faces que, em certo momento, apresenta uma torção. Essa torcedura transforma sua estrutura, paradoxalmente mesclando a face de dentro e a de fora, eliminando a dualidade que as separa e as distingue.…”