A Atuação Dos Egressos Do Curso De Oceanologia Da Furg

Abstract

O trabalho tem por objetivo analisar a evolução da inserção profissional dos egressos do curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande – FURG no período 2001-2013, sua distribuição geográfica e as Grandes Áreas e Áreas de atuação junto aos setores público, privado e terceiro setor. Os levantamentos foram efetuados com o auxílio da Plataforma Lattes, das redes sociais LinkedIn e Facebook e do banco de dados da FURG, abrangendo o universo de graduados. Não há estudos antecedentes para as modalidades que compõem as Ciências do Mar. Os resultados mostram que as políticas públicas de pessoal e a situação econômica do país têm influência na quantidade relativa de egressos inseridos no mercado de trabalho. O setor público é o principal empregador. Em 2013, os egressos do curso de Oceanologia atuavam em 18 das 19 Grandes Áreas que integram o campo das Ciências do Mar, com destaque para Gestão Ambiental, Oceanografia Biológica e Recursos Pesqueiros, assim como em 51 das 57 Áreas, especialmente em Avaliação de Impactos Ambientais, Conservação de Recursos Naturais e Cultivo (Maricultura). A atuação dos egressos em Educação Ambiental revela a contradição entre a formação e o fazer profissional, uma vez que até recentemente o tema não era parte do currículo oficial do curso de Oceanologia.

O perfil dos egressos do curso de Oceanologia da FURG: uma mudança necessária

“…Embora a inserção dos egressos no mundo do trabalho seja um indicador da efetividade da formação -examinar em que medida os resultados estão incorporados de modo permanente à realidade da população atingida -, este é um tema que tem recebido pouca atenção das instituições de ensino. Krug, et al (2021) sustentam que estudos sobre egressos, quando realizados, são em grande parte voltados para apurar o grau de satisfação com a formação alcançada.…”

“…No campo das Ciências do Mar, e da Oceanografia ou Oceanologia em particular 5 , ainda que alguns cursos façam acompanhamentos periódicos de seus egressos, são raras as publicações sobre o tema. A exceção é o curso de Oceanologia da FURG, que acompanha há duas décadas a inserção dos seus formados no mundo do trabalho (KRUG, 2001;KRUG, 2007;KRUG, 2018). O artigo mais recente sobre este caso particular (KRUG et al, 2021) não aborda a realidade presente, uma vez que analisa dados do período 2001-2013.…”

“…A exceção é o curso de Oceanologia da FURG, que acompanha há duas décadas a inserção dos seus formados no mundo do trabalho (KRUG, 2001;KRUG, 2007;KRUG, 2018). O artigo mais recente sobre este caso particular (KRUG et al, 2021) não aborda a realidade presente, uma vez que analisa dados do período 2001-2013.…”

“…Os resultados apresentados no I Ciclo de Debates do IO-FURG, que tomam por base dados coletados em 2019, possibilitam uma interpretação atualizada da realidade profissional dos egressos do curso de Oceanologia. As informações sobre a atuação dos 1.222 graduados até aquele ano, quando comparadas com os dados antecedentes (KRUG et al, 2021), revelam que a permanência na área de formação -somatório das categorias Setor Público e Privado, 3° Setor, Desempregados e Pós-Graduação -, que era superior a sete para cada dez formados (70,73% em 2001; 74,13% em 2007; e 73,69% em 2013), decaiu para patamar inferior àquele até então observado (65,14% em 2019) (Tabela 1).…”

“…O principal empregador dos egressos da FURG continua sendo o setor público, que absorve um em cada três formados, seguido do setor privado, com participação crescente, e do o 3º setor, que pouco se alterou no período (Tabela 1). Aplicada a metodologia utilizada em levantamentos anteriores, descrita por Krug, et al (2021), o que se constata é que também em 2019 a principal Grande Área de atuação é a Gestão Ambiental, temática que absorve um em cada três egressos em atividade no campo das Ciências do Mar (Figura 2). Segundo Krug (2018), este resultado se explica pela quantidade de egressos em atuação em órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -IBAMA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -ICMBio e Secretarias Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, assim como em empresas privadas, agentes envolvidos em processos de licenciamento e monitoramento ambiental.…”