A argumentação e a experimentação investigativa no ensino de matemática

Abstract

O presente estudo teve início a partir da reflexão de nossa prática, em que buscamos analisar as contribuições das intervenções da professora-monitora para o surgimento e desenvolvimento da argumentação entre discentes participantes de um clube de ciências, durante uma atividade experimental investigativa sobre os conceitos introdutórios de área e perímetro. A pesquisa se caracteriza como qualitativa, sendo utilizada a Análise de Conteúdo para interpretação das informações levantadas a partir de videogravações. Participaram como sujeitos sete discentes. O espaço investigado é considerado um ambiente alternativo destinado ao ensino, pesquisa e extensão de ações didáticas voltadas às Ciências e Matemáticas. Durante as análises realizadas percebemos que nossas intervenções como professora-monitora auxiliaram no surgimento da argumentação e na construção do conhecimento matemático. Verificamos que surgiram organismos argumentativos completos de acordo com o padrão de Toulmin, assim como diversas formas de ação e pensamento.

O Experimento investigativo como ferramenta de ensino: o que pensam e fazem os Professores de Matemática de uma Escola Pública no Pará

“…Como podemos identificar na pesquisa, os professores ressaltam a importância da experimentação investigativa como prática de ensino e aprendizagem em suas aulas, entretanto destacam de forma unânime a necessidade de realização de formação inicial e continuada voltada ao estudo da temática, para instrumentalizar metodologicamente as práticas, tornando assim, a experimentação investigativa realidade no dia a dia das aulas (Almeida & Malheiro, 2018).…”

“…O campo das Metodologias Ativas é vasto e em constante construção, assim, para interesse do presente estudo, destacamos a experimentação investigativa, que vem trazendo um destaque especial para o aluno na construção de seu conhecimento, assim como vem destacar o papel do professor nesse processo, tanto no conhecimento do tema, como na hora de elaborar atividades em sala de aula, pois deve assumir funções como problematizador e estimulador do processo de ensino e aprendizagem de Matemática através de perguntas (Almeida, 2018;.…”

Experimentação em atividades de Modelagem Matemática no Curso de Licenciatura em Química

“…A experimentação, articulada às aulas de Matemática, tem sido discutida em pesquisas presentes na literatura (Almeida e Malheiro, 2018, Borba e Villarreal, 2005Ye et al, 2003). Para Borba e Villarreal (2005), a abordagem experimental em tarefas matemáticas inclui desde a formulação de conjecturas, o uso de conteúdos matemáticos para encontrar soluções aos problemas até a análise dessas soluções e se vincula com a aprendizagem dos alunos que realizam a experimentação.…”

“…No âmbito da Educação Matemática existem investigações que têm se debruçado na compreensão, no desenvolvimento e na implementação de estratégias de ensino e de aprendizagem em Matemática que difiram, em alguma medida, da dinâmica da aula considerada "tradicional", na qual conteúdos matemáticos e exercícios são expostos pelo professor e praticados pelos alunos (Almeida e Malheiro, 2018;Almeida e Silva, 2017;Carreira e Baioa, 2015;Gann et al, 2016;Silva et al, 2018;Ferruzzi e Costa, 2018;Ferruzzi et al, 2021;Silva e Dalto, 2019;entre outros). Grande parte destas estratégias coloca o aluno em uma posição mais ativa no processo de ensino e de aprendizagem, não apenas reproduzindo o que o professor expõe, mas investigando situações, identificando e resolvendo problemas, muitas vezes, oriundos de outras áreas de conhecimento, por meio de conhecimentos matemáticos.…”

Usos da argumentação na educação matemática

“…Layout de Toulmin para a argumentação (adaptado de Toulmin, 2006) As pesquisas na Educação Matemática sobre a temática da argumentação foram intensificadas a partir do estudo de Krummheuer (1995). Desde então, esse layout tem sido usado para analisar argumentos no Ensino Fundamental (Almeida & Malheiro, 2018), no Ensino Médio (Mariotti & Pedemonte, 2019), no Ensino Superior, na graduação (Fukawa-Connelly, 2014;Wawro, 2015), bem como na pós-graduação (Kwon et al, 2015;Metaxas et al, 2016).…”