“…Diversos trabalhos analisam a Amazônia como sendo o destino para as políticas econômicas originadas e orientadas para atender as demais regiões do Brasil, principalmente as regiões com maior poder econômico e político. Os enfoques dos estudos que gostaríamos de destacar variam bastante, muitos deles foram utilizados neste trabalho como pano de fundo e inspiração: alguns dos mais relevantes e clássicos tratam do estímulo do Estado para a ocupação privada das fronteiras na Amazônia (VELHO, 2009a(VELHO, [1972(VELHO, ], 2009b(VELHO, [1976; CARDOSO e MULLER, 2008MULLER, [1977; IANNI, 1979) e sobre as precárias condições de trabalho, inclusive escravidão (POMPERMAYER, 1984;PEREIRA, 1991;WOOD e CARVALHO, 1994;MARTINS, 1995). Existem outros trabalhos mais recentes que tratam do transbordamento da fronteira para países vizinhos (SOUCHAUD, 2007), as relações envolvendo fronteira, família e saúde (BARBIERI, , 2007a(BARBIERI, , 2007b, as faces recentes e locais do processo de urbanização na Amazônia (BARBIERI et al, 2009), a precariedade das condições de vida dos habitantes da Terra do Meio, no Pará, retratadas com muita sensibilidade (BRUM, 2004), as conexões entre as agroindústrias da Amazônia, de um lado, e o mercado consumidor e os escritórios das empresas no Sudeste, de outro (SAKAMOTO e CASARA, 2008) e a capilaridade dos políticos de diversos estados que possuem grandes extensões de terras na Amazônia, especialmente no Pará (CASTILHO, 2012).…”