50 anos da pressuposição na semântica argumentativa

Abstract

Este artigo tem como objeto de estudo o tratamento teórico do fenômeno da pressuposição. Seu objetivo é investigá-lo nos últimos 50 anos. Nossa metodologia é refletir tal objeto em dois momentos: na Teoria da Argumentação na Língua (anos 60 a 80), e na Teoria dos Blocos Semânticos (anos 90 até 2018), em textos parcialmente traduzidos. Nossa hipótese é a ressignificação da pressuposição. Um dos resultados obtidos é que tal revisão faz ver o confronto entre um modus operandi (que se acreditava) muito engessado em uma estrutura, para uma leitura (mais adequada aos originais) de um modus analítico capaz de perscrutar os semantismos implícitos da/na estrutura, só tangíveis por ela.

A pressuposição-defeito de Paul Henry e a pressuposição argumentativa de Oswald Ducrot

“…(AMSILI, 2007, p. 7). 22 Recomenda-se, para uma exposição de maior envergadura sobre o par pressuposto / subentendido, nosso artigo "50 anos da pressuposição" (MACHADO, 2019) Toda teoria ducrotiana reflete sobre calcular o valor da enunciação através de marcas estruturais (que não precisam ser explícitas nem normativas, refinamento vagamente trabalhado por Henry). O que nos permite averiguar, sem entraves, que Ducrot alicerçou uma teoria enunciativa, com foco em análise de discurso, ao contrário do que alguns manuais dizem.…”