30 anos de SUS: relação público-privada e os impasses para o direito universal à saúde

Abstract

RESUMO Este estudo analisou a relação público-privada nos 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como os impasses que repercutem na efetivação do direito universal à saúde. A pesquisa totalizou a participação de 12 atores do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB), que foram entrevistados no período de janeiro a março de 2018. Utilizou-se um roteiro de entrevista com questões semiestruturadas, pelo formulário on-line do Google (Google Forms). As entrevistas foram analisadas pelo método do discurso do sujeito coletivo, resultando em quatro ideias centrais: 1) Neoliberalismo e organização capitalista do sistema de saúde; 2) A relação público-privada na construção do SUS; 3) Estratégias de privatização e o financiamento do SUS; 4) Conjuntura e perspectivas em defesa do SUS. Como resultado da pesquisa, pode-se perceber a disputa de poderes nas esferas política, social e econômica na relação público-privada no sistema de saúde brasileiro. As conjecturas postas contribuíram para o subfinanciamento da saúde e consequente fortalecimento do mercado privado, que atua de forma paralela e competitiva ao SUS. Assim, a defesa da saúde como direito passa pela radicalização de bandeiras do MRSB, como as reformas política, tributária e agrária, bem como a renovação da luta social em defesa do SUS.

[Id 57237] a Influência Do Acesso À Saúde Na Apresentação Clínica Das Neoplasias Benignas E Malignas Da Tireoide Em Pacientes Submetidos À Tireoidectomia Total

“…A cidade é sede de uma regional de saúde do estado, que abrange mais dezenove municípios vizinhos e tem uma estimativa de 3,14% da população considerada como extrema pobreza e 14,56% têm acesso a planos de saúde privados 23 estão associadas à presença mais frequente de neoplasia maligna 25 . O estudo de Lima et al 25 Aproximadamente 75% da população brasileira depende exclusivamente do SUS 35 .…”

“…Em virtude de baixo investimento e má gestão, o sistema único enfrenta a escassez de serviços disponíveis, e dessa forma os pacientes sofrem com os vieses de diagnóstico tardio e as consequentes morbimortalidades associadas a este 35,36 .…”

Pandemia COVID-2019: formação e atuação da enfermagem para o Sistema Único de Saúde

“…A técnica do DSC apresenta duas figuras metodológicas: as Expressões-Chave (ECH) e a Ideia Central (IC). As ECH são a reprodução do discurso através da seleção de trechos ou do todo que revelam a ideia central do conteúdo relatado, com base nos segmentos em que se divide a entrevista, para a construção dos DSC (10) . A IC é uma expressão linguística que revela de maneira sintética e mais aproximada possível, a essência presente em cada uma das respostas analisadas no conteúdo discursivo explicitado pelos sujeitos e que posteriormente darão sentido ao DSC.…”

“…Em tempos de guerra e crises de saúde pública, a identidade da Enfermagem se fortalece, o que serve de vetor para a sua profissionalização e reforça um legado de cuidado em saúde para proteção da vida (15) . Assim, é importante enfatizar o cenário de austeridade fiscal imposto que acentuou a crise do subfinanciamento do sistema, impactando diretamente, no funcionamento de toda a rede assistencial do SUS e inclusive, na ampliação da contratação de profissionais nos serviços públicos, bem como, a forte privatização e desmoralização da imagem do SUS pelas mídias e meios de comunicação (10) .…”

Dupla porta na saúde: o atendimento a planos de saúde privados em hospitais de ensino públicos e filantrópicos do estado de São Paulo

“…Enquanto a atuação prevista do setor privado na saúde tinha como fundamento uma realidade fática (Santos, 2015), que era a insuficiência da capacidade assistencial pública e a pressão e lobby de segmentos privados, parte do movimento da reforma sanitária tendia a minimizar a participação da iniciativa privada no sistema de saúde, considerando-a residual e regulada. A iniciativa privada estaria, em tese, subordinada ao SUS, o qual seria responsável por disciplinar a existência, o tamanho e os modos de funcionamento do mercado da saúde (Celuppi et al, 2019).…”