Este artigo propõe apresentar e discutir o projeto de cenografia e figurino de Hélio Oiticica para o filme A Cangaceira Eletrônica de Antônio Carlos da Fontoura, 1970. Foi possível situar em que lugar da carreira de Oiticica este trabalho é desenvolvido e qual a importância da atividade performativa em sua poética. A partir de fontes primárias como manuscritos, cartas e entrevistas, além da literatura específica para ler a poética de Oiticica, foi possível realizar uma análise cuidadosa de cada um dos croquis-colagem revelando de que maneira cada um dos itens apontados no projeto se relacionam com o roteiro proposto. Podemos perceber por meio deste estudo a forma com que a relação entre o cinema, a música e a atividade performativa adquirem papel central a partir do ano de 1969 e tratam-se de um eloquente desdobramento de linguagem que integra o chamado Programa Ambiental, projeto poético de Oiticica.