“…Com isso, buscaremos sustentar que, atrelado à ideia de "capital humano", a meritocracia tem sido uma forma social utilizada pelo capital como condição do trabalhador coletivo se inserir no mercado de trabalho mediante sua subordinação à lógica do sujeito econômico ativo, ou um autogerenciamento produtivo constante (ABÍLIO, 2019;AMORIM;MODA;MEVIS, 2021a). Defende-se, portanto, que antes de ser entendida como uma ideologia "criada" pelas classes capitalistas, de modo a tornar mais "funcional" as práticas de distinção social, ou mesmo como algo imanente às relações sociais, que teria como característica potencializar a liberdade e a mobilidade social dos indivíduos, a meritocracia, na atualidade do capitalismo, tende a radicalizar os processos de exploração e dominação do capital sobre o trabalho, uma vez que o capital passa a intensificar a apropriação do tempo socialmente necessário à reprodução do trabalhador coletivo para além do tempo de trabalho socialmente necessário à produção de mercadorias, subordinando o/a trabalhador/a a totalidade da lógica de re-produção do capital.…”