“…Já no Brasil, que se encontra à margem do capitalismo, é possível identificar o movimento fascista especialmente com a Ação Integralista Brasileira (AIB) com Plínio Salgado nos anos de 1930 e, na atualidade, autoras e autores, como Luiz Filgueiras e Graça Druck (2018; 2019), Armando Boito Jr. (2020;, identificam o bolsonarismo enquanto um fenômeno neofascista. 1 Para Armando Boito Jr (2021), no Brasil, "O movimento neofascista e suas organizações nasceram das manifestações pelo impeach-1 Conforme Luiz Filgueiras e Graça Druck (2019) , apesar de algumas diferenciações, neofascismo e "fascismo histórico" se aproximam nos seguintes aspectos: "1-o apelo ao autoritarismo e contra o"sistema" e o Estado de Direito; 2-o uso da legalidade democrática e de suas instituições para constituição de um Estado de Exceção, por dentro da ordem democrática; 3-o ataque raivoso a todas as tendências de esquerda (comunistas, socialistas e socialdemocratas); 4-a defesa do nacionalismo (real ou apenas retórico) xenófobo, com a negação da existência de classes e conflitos de classe no interior da nação; 5-a desqualificação e, no limite, destruição das organizações dos trabalhadores (Partidos, sindicatos, associações etc. ); 6-a escolha de algum "outro" como causador e bode expiatório de todos os males, fobias e ressentimentos; 7-o exercício de uma "guerra cultural-ideológica" permanente, na qual se destaca a adoção de narrativas e explicações de caráter místico-religioso e de natureza anti-intelectual, uma espécie de anti-iluminismo que agride a razão, e que procura desacreditar o conhecimento científico, histórico e cultural acumulados durante mais de cinco séculos, desde a época do "Renascimento"; 8-a exploração das emoções e afetos regressivos, com o estímulo e uso da violência, brutalidade e grosseria; 9-e, por fim, como instrumento de difusão e implementação deste "programa", a mobilização política de massa, com a constituição de um movimento ativo, agressivo e, no limite, violento."…”