Este artigo discute o tema da informalidade e os agenciamentos na periferia. Seu objetivo é analisar como as práticas e atuação das entidades de apoio, associações locais, e o poder público contribuem para a reprodução da vida e/ou o direito à cidade nas ocupações urbanas do bairro Cidade Industrial de Curitiba. Foram escolhidos dois momentos críticos para análise: a reconstrução após um incêndio e a pandemia de Covid-19. E definiu-se atores chave que atuaram nestes momentos. A reflexão teórica aponta para uma mudança necessária na forma de pensar a periferia, territórios sujeitos a diversos agenciamentos e influências. Discute como a indeterminação da vida e o direito à cidade se realiza a partir da produção do espaço periférico, nas fronteiras entre o legal e ilegal. Como estudo empírico, foram analisadas as ocupações da CIC a partir das precariedades e de manifestações de resistência. A partir dos relatos são analisados o direito à cidade e os entraves da propriedade da terra, e as insurgências no cotidiano. As ações podem indicar objetivos de transformação social ao mesmo tempo em que a noção dos direitos se esvai. As práticas se estabelecem ao longo do tempo, numa relação ambígua entre conformismo e resistência.