Fundamento: A maioria das mortes por doenças cardiovasculares ocorrem em países de renda baixa e média, e o infarto do miocárdio é uma das condições com maior risco de morte. Objetivos: Avaliar a mortalidade hospitalar por todas as causas em pacientes admitidos por infarto do miocárdio (IAMCSST e IAMSSST) na América Latina e no Caribe no ano de 2000 em diante. Métodos: Realizamos uma busca sistemática em bancos de dados eletrônicos por estudos do tipo coorte que relataram morte hospitalar por IAMCSST e IAMSSST. Foi realizada uma metanálise e um valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
Resultados: Identificamos 38 estudos (29 com pacientes com IAMCSST, 3 com IAMSSST e 6 com IAMCSST e IAMSSST).A mortalidade por IAMCSST agrupada foi de 9,9% (IC95%: 9,1 -10,7). Observou-se importante heterogeneidade (I 2 = 74% e o intervalo de predição foi de 6,6 -14.5). A porcentagem de terapia de reperfusão e a década em que os estudos foram conduzidos explicam parte dessa heterogeneidade (I 2 = 54%). Quanto maior a taxa de terapia de reperfusão, menor a mortalidade hospitalar (coeficiente = -0,009, IC95%: -0,013 a -0,006, p<0,001). A mortalidade foi maior na primeira década em comparação com a mortalidade na segunda década (coeficiente = -0,14, IC95%: -0,27 a -0,02, p=0,047). A mortalidade hospitalar por IAMSSST foi de 6,3% (IC95%: 5,4 -7,4) e a heterogeneidade foi nula.Conclusão: A mortalidade por IAMCSST em países de renda baixa e média foi maior em comparação com as taxas relatadas em outros países. Para melhorar essas estimativas, deve-se buscar um maior uso de terapia de reperfusão. A mortalidade hospitalar por IAMSSST agrupada foi similar às taxas descritas em países de alta renda. Contudo, esse dado foi baseado em poucos estudos, cuja maioria foi conduzida em dois países.Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares/mortalidade; Infarto do Miocárdio/mortalidade; Pobreza/estatística e dados numéricos; América Latina; Caribe; Revisão Sistemática; Metanálise.