O uso da teleoftalmologia pode ser uma estratégia viável para rastrear e diagnosticar as principais doenças oculares em pacientes na atenção primária à saúde. O objetivo deste estudo é descrever a realização de 30.315 telediagnósticos em oftalmologia em pacientes da atenção primária e a resolutividade desse serviço. Estudo transversal para avaliar os telediagnósticos realizados em pacientes atendidos nos oito pontos remotos do projeto TeleOftalmo entre 2 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2020. Foram avaliadas as características demográficas dos pacientes, os motivos de encaminhamento, os diagnósticos realizados conforme faixa etária e a resolutividade do telediagnóstico. Os pacientes eram, na maioria, do sexo feminino (66,1%), adultos (70,3%) e encaminhados ao telediagnóstico principalmente devido à baixa acuidade visual (60,5%). Os erros refrativos foram o diagnóstico mais prevalente em todas as faixas etárias. A presbiopia foi a doença ocular mais prevalente em adultos (65,4%) e idosos (64%), seguida da catarata (41,3%) e suspeita de glaucoma (10,6%) em idosos. Dos 30.315 pacientes que realizaram o telediagnóstico, 70,5% tiveram suas queixas oculares totalmente solucionadas, sem a necessidade de encaminhamento ao oftalmologista presencial. A telemedicina pode ser resolutiva para as doenças oculares mais prevalentes na população, aumentando a oferta de diagnósticos, qualificando e auxiliando na redução das filas de espera por atendimento oftalmológico.