COMPETIÇÃO <i>VERSUS</i> CRESCIMENTO DE ÁRVORES EM FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO ESTADO DO AMAPÁ - BRASIL

Abstract

O objetivo deste trabalho é o de avaliar, comparativamente, diferentes índices de competição independentes da distância (IID) em três dimensões de parcelas, e identificar aqueles que mais se correlacionam com o incremento diamétrico (IPA DAP), indicando o que melhor explica a competição entre as árvores do estrato arbóreo em uma Floresta Ombrófila Densa. Este estudo foi conduzido com dados do Projeto Bom Manejo (Embrapa/CIFOR/ITTO) – Manejo sustentável de florestas de produção em escala comercial na Amazônia brasileira, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental, em área da Jari Florestal S.A., município de Vitória do Jari, Estado do Amapá. Foram empregadas três parcelas permanentes de um hectare cada uma (100 m x 100 m), nas quais foram medidos todos os indivíduos arbóreos com DAP ≥ 20 cm. Foram comparados os seguintes IID: G (área basal/ha), BAL (Basal Area of Larger Trees), Glover e Hool e Stage. Os índices de competição foram avaliados a partir de análise dos coeficientes de correlação lineares entre cada índice e a variável IPA DAP (cm ano-1). A significância dos coeficientes de correlação foi avaliada pelo p valor (α = 0,05). Todas as variações de índices testadas resultaram em correlações de até 20%, consideradas muito fracas. Isto indica que os IID conseguem representar apenas parcialmente a competição em florestas naturais tropicais. No entanto, entre os índices, o índice BAL é o IID que apresentou a maior correlação com o IPA DAP (r=-0,212 e p = 0,000) em parcelas de 50 m x 50 m e, portanto, mesmo apresentando uma correlação baixa, é o mais indicado para estudos de competição no crescimento diamétrico em florestas tropicais naturais. Foi detectada uma relação espacial dos IID, em que a correlação diminui com o aumento do tamanho da parcela. Recomendam-se pesquisas adicionais para avaliar os efeitos da competição sobre o crescimento das árvores, bem como o aumento do entendimento de competição intraespecífica e interespecífica, a fim de melhorar a compreensão da dinâmica da competição em florestas tropicais.

How Competition Indices Behave at Different Neighborhood Coverages and Modifications in a Natural Araucaria Forest in Southern Brazil

“…The BAL index, for example, increases as the number of trees with larger individual basal area than the subject tree increases (Martins et al, 2011), i.e., larger values of the index correspond to smaller trees, which results in a negative correlation. On the other hand, the Glover & Hool index (GH) has a positive correlation with diameter growth, since larger trees will result in a larger value for this index (Vatraz et al, 2018). Most distance-dependent competition indices have a negative relationship with growth, as they usually are a sum of the interference of local neighbors (Tomé and Burkhart, 1989).…”

“…The BAL index increased its correlation with diameter growth as plot size increased and stabilized with a 2500 m2 square plot. The same plot size was considered optimal by Vatraz et al (2018) in the Amazon forest. However, this plot size may not be ideal in some cases, and literature also reports different plot sizes that maximizes the performance of the BAL index (Burton, 1993).…”

“…This has led to a variety of studies over the years, exploring several indices which can be usually compared with each other to find the most suitable ones Vatraz et al, 2018). However, the effect of plot size or radius around the subject tree is rarely explored and evaluated.…”

“…However, the effect of plot size or radius around the subject tree is rarely explored and evaluated. Since competition indices are based on a subject-neighbor relationship, different plot sizes might change the overall ability of an index to explain the competition of the subject tree (Alder and Synnott, 1992;Vatraz et al, 2018). In addition to plot size, minor modifications in the competition indices can lead to better performances than their unmodified counterparts (Tomé and Burkhart, 1989).…”

“…In Brazil, applied examples of this class of treelevel growth models in mixed natural forests range from the Amazon Rainforest Vatraz et al, 2018) to the Southern Brazil Seasonal Forest (Della-Flora et al, 2004).…”