Estudo dos fatores que determinam a formação do capital social familiar em empresas familiares na região sul de Minas Gerais

Abstract

No estudo aqui relatado identificaram-se os fatores que levam à formação do capital social familiar em empresas familiares. Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se, como aporte teórico, a teoria do capital social e do capital social familiar. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória, do tipo survey, em 120 empreendimentos familiares. Aplicou-se questionário, sob a forma de entrevista, a todos os empresários. Os dados foram analisados por meio de análise fatorial. Os resultados foram apresentados em dois blocos: primeiro, a caracterização da amostra em relação ao perfil do respondente e ao perfil do empreendimento, bem como a apresentação da frequência de cada uma das assertivas; na segunda parte, foi feita a análise fatorial, após a qual foram identificados sete fatores relacionados com a formação do capital social familiar. São eles: diálogo colaborativo, rede familiar, infraestrutura moral, confiança, normas éticas, ideias próprias e canais de informação externos. O capital social familiar é solidificado por meio do diálogo colaborativo, a partir do qual é possível enraizar, na família e na empresa, as normas éticas, originando o que se chama de infraestrutura moral, quando a família e a empresa estão em sintonia interna e externa. Em um sentido contraditório, a ausência do diálogo colaborativo gera autoritarismo por parte dos dirigentes e membros da família, prevalecendo ideias próprias, as quais foram identificadas como fator contraditório à formação do capital social familiar.

The importance to financial information in the decision-making process in company’s family structure

“…As there are numerous criteria to define CF was assumed for this study the definition presented by the Portuguese Family Business Association (APEF), which considers these companies as where the control is held by the family and where some of their members also take part and work (APEF, 2015). In fact, the CF have different own characteristics, that differentiate them from the other companies (Bottino-Antonaccio, 2007;Brêtas et al, 2011;Correia, 2003;Silva et al, 1999;Ussman, 2004), such as the existence of strong trust between the company and workers (Andrade et al, 2013;Borba et al, 2006;Bottino-Antonaccio, 2007), strong affective ties (Borba et al, 2006), family influence (Borba et al, 2006), great family loyalty (Andrade et al, 2013;Borba et al, 2006;Bottino-Antonaccio, 2007;Ussman, 2004), high conflict (Bottino-Antonaccio, 2007;Matos et al, 2007;Paulo, 2009;Ussman, 2004), share capital closed to members outsider the family (Matos et al, 2007;Paulo, 2009;Ussman, 2004), family involvement in the ownership and/or management (Leone, 1992), succession hooked to the hereditary factor (Leone, 1992), identification of family values with those of the organization (Garbeti et al, 2008;Leone, 1992;Paulo, 2009;Ussman, 2004), operating a long term perspective (Bottino-Antonaccio, 2007;Matos et al, 2007;Paulo, 2009;Ussman, 2004), difficulty in implementing professional management (Matos et al, 2007), relationship between the company and its founder (Matos et al, 2007;Paulo, 2009;Ussman, 2004), creation of values and family tra...…”

“…In relation to its weight and influence there are several studies that indicate a high prevalence of CF worldwide (Borges et al, 2013;Brêtas et al, 2011;Centurion & Viana, 2007;Correia, 2003;Filho et al, 2010;Gallo & Ribeiro, 1996;Garbeti et al, 2008;Gomes, 2005;Nascimento et al, 2005;Nogueira & Machado, 2005;Pamplona et al, 2015;Petry & Nascimento, 2009;Silva et al, 1999;Ussman, 2004) and the impact these have on individual economies in terms of creation and/or wealth distribution, namely through productivity and job creation (Andrade et al, 2013;Borges et al, 2013;Brêtas et al, 2011;Centurion & Viana, 2007;Correia, 2003;Filho et al, 2010;Gallo & Ribeiro, 1996;Garbeti et al, 2008;Gomes, 2005;Lethbridge, 1997;Nascimento et al, 2005;Nogueira & Machado, 2005;Pamplona et al, 2015;Petry & Nascimento, 2009;Silva et al, 1999).…”

“…Although there are few studies about companies' family (CF) (Bird et al, 2002;Bottino Antonaccio, 2007;Correia, 2003;Gomes, 2005;Silva et al, 1999) these studies began in 1950 (Andrade et al, 2013). However, it was in the sixties and seventies of the twentieth century that there has been an accentuation of studies about the CF (Andrade et al, 2013;Centurion & Viana, 2007;Paulo, 2009;Sena et al, 2013), although some areas they are still little studied, such as the level of importance given to financial information (Shields, 2010;Carraher & Auken, 2013) and not conclusive enough (Milanês, Lazano, Quirós, & Calderón, 2010).…”

Desenvolvimento do capital social em organizações comunitárias

“…As alterações nos elementos que formam e influenciam o desenvolvimento do capital social podem estar relacionadas às relações familiares nos empreendimentos (ANDRADE et al, 2013); heterogeneidade de objetivos entre indivíduos de um mesmo grupo (ARREGLE et al, 2007); fatores culturais das comunidades (FLINN et al, 2004;LIRÓN, 2013); questões mercadológicas (ANWAR et al, 2014); formação do capital intelectual (NAHAPIET et al, 1998), formas de participação dos indivíduos no gerenciamento dos recursos e empreendimentos coletivos (DENG et al, 2013;NUÑEZ, 2013) e estabelecimento de relações com outras organizações (MACKE et al, 2010;XU et al, 2014).…”

Capital social e desempenho : uma análise em uma aglomeração territorial de vestuário

“…O capital social tem sido analisado em vários tipos de organizações tais como as do setor privado (Claro & Laban Neto, 2009;Ferraz, Gobb & Lima, 2011;Gonçalves, Guarido Filho & Moreira, 2012;Gomes, Marchi, Kneipp & Rosa, 2013), público (Bitarelo, Montardo, Pedde & Santos, 2010), terceiro setor (Amâncio, Campos & Romaniello, 2012;Andrade, Antonialli & Leite Filho, 2013;Athayde & Ribeiro, 2012;Travaglini, 2012 ) além de pequenas e médias empresas (Málovics, 2009). Recentemente, o capital social envolveu a temática das empresas familiares e tem sido reconhecido como um recurso crítico para o estabelecimento, sustentabilidade e criação de valor entre gerações para essas organizações (Melin & Salvarato, 2008;.…”