Prontuário Eletrônico Na Gestão Do Cuidado Em Equipes De Saúde Da Família

Abstract

Objetivo: compreender a utilização do Prontuário Eletrônico do Cidadão na Gestão do Cuidado em equipes de Saúde da Família. Método: estudo de caso com abordagem qualitativa, utilizando como referencial teórico as dimensões da Gestão do Cuidado. Realizado em dois municípios de Minas Gerais, Brasil, com 37 profissionais da Estratégia Saúde da Família, por meio de entrevistas e observação direta, de março a junho de 2019. A análise dos dados foi feita por meio da Análise de Conteúdo, modalidade Temático-Categorial e sistematizada por meio do programa MaxQDA. Resultado: os resultados apontaram que a utilização do Prontuário Eletrônico do Cidadão ocorre em três dimensões da Gestão do Cuidado: profissional, organizacional e sistêmica. Conclusão: o estudo contribui para a reflexão sobre a importância de um olhar que permeie as várias dimensões da Gestão do Cuidado no cotidiano das equipes de Estratégia Saúde da Família, frente à introdução do Prontuário Eletrônico do Cidadão.

Desafios no processo de implantação do prontuário eletrônico na APS do estado do Rio Grande do Sul, Brasil

“…O adequado treinamento também é apontado como um facilitador diante da resistência dos profissionais para a utilização do prontuário eletrônico 2,12,14 , que para ser uma ferramenta de trabalho útil deve interoperar com outros sistemas de dados e gerar impacto positivo nos fluxos de trabalho 1 .…”

“…Os gestores apontam a dificuldade do prontuário eletrônico como ferramenta de trabalho efetiva. A literatura reconhece essa realidade e propõe estratégias como planejamento da implementação, suporte financeiro, seleção do sistema de prontuário eletrônico e treinamento dos usuários do sistema como premissas 12,14,15 . Ainda, recomenda-se treinar intensivamente profissionais maiores de 50 anos e durante a transição do prontuário físico para o eletrônico, visando melhora do nível de alfabetização digital, melhor aceitação ao sistema e aumento do envolvimento da equipe com o prontuário eletrônico 4 .…”

“…Na APS brasileira coexistem prontuários eletrônicos privados e público (e-SUS). O pré-requisito para adoção do sistema é o envio de um conjunto mínimo de dados ao Ministério da Saúde, o que está vinculado ao financiamento 16 , porém traz algumas limitações à integralidade e longitudinalidade do cuidado quando o usuário de saúde é referenciado para outro nível de atenção à saúde ou outra unidade de saúde que não utiliza o mesmo prontuário eletrônico, gerando prejuízos assistenciais para todos os envolvidos e resistência profissional em utilizar uma ferramenta de trabalho que limita os princípios do trabalho da APS, quando na verdade essa ferramenta tem potencial para promoção desses princípios 2 e para o avanço na gestão do cuidado e da comunicação entre equipe e com a rede de atenção à saúde 17 .…”

Continuidade da gestão clínica entre níveis assistenciais: experiências dos usuários de uma rede municipal de saúde

“…Alguns estudos 25,26,27,28 sugerem que, quando a comunicação entre níveis é deficiente, a implantação de mecanismos de coordenação e compartilhamento de informações pode fornecer soluções, favorecendo o contato e a colaboração entre os profissionais. A comunicação entre os profissionais pode ser facilitada pela utilização de tecnologias de informação em saúde, como o prontuário eletrônico do paciente, que possibilita o acesso às informações sobre o paciente e o compartilhamento do plano de cuidados entre os níveis 29,30 .…”

Competências interprofissionais em saúde: percepção de egressos da área de odontologia de uma residência multiprofissional

“…Avançar nas relações de trabalho interdependentes entre todos os participantes E6: Nós somos uma equipe multidisciplinar e também multiprofissional... no sentido de termos lá nutricionista… fisioterapeuta e psicólogo como uma equipe multi [...] porque a gente trabalha de forma multi também… não é simplesmente ter o fisio por ter o fisio ... nós fazemos este trabalho em conjunto.DISCUSSÃONos resultados, a percepção dos participantes traduziu uma formação voltada para o trabalho em equipe interprofissional4 , com citações sobre a importância das outras profissões da saúde para alcançar a resolutividade no cuidado, demonstrando que os egressos se apropriaram também dos dispositivos necessários para que essa interação e aprendizagem fosse possível. Um tema recorrente foi a centralidade do cuidado no usuário, não só durante os atendimentos e definição do tratamento, mas também nas tomadas de decisão em relação aos serviços de saúde.informações entre diferentes profissionais subsidiando a continuidade do cuidado, no entanto, foi identificado que o tempo utilizado para tal pode afetar a relação usuário/profissional devido à necessidade de dividir a atenção entre as anotações e o atendimento11 .REFACS (…”