Gravidez na adolescência: estudo ecológico nas microrregiões de saúde do Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil - 2008

Abstract

Objetivo: descrever a proporção de nascidos vivos e a taxa de fecundidade de mães de 15 a 19 anos de idade e analisar sua correlação com indicadores socioeconômicos, nas microrregiões de saúde do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Métodos: estudo ecológico com medidas agregadas por microrregião, calculadas a partir de (i) dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) para o ano de 2008 e de (ii) indicadores de desenvolvimento social e econômico. Resultados: do total de 40.867 nascidos vivos, 22% eram de mães adolescentes; as taxas específicas de fecundidade (15 a 19 anos) variaram de 73 a 116 por mil habitantes, entre as microrregiões de saúde estudadas; verificou-se correlação significativa entre taxas específicas de fecundidade e índice de responsabilidade social (r=0,646; p=0,032) e analfabetismo funcional (r=0,7180; p=0,013). Conclusão: a fecundidade das mulheres adolescentes tende a ser maior nas microrregiões com piores indicadores de escolaridade e desenvolvimento socioeconômico.

Socioeconomic factors increase the risk of teenage pregnancy: spatial and temporal analysis in a Brazilian municipality

“…The association found between teenage pregnancy and socioeconomic factors corroborates the results of national 11 , 15 , 17 , 18 and international 32 , 33 ecological studies, whose authors used different analysis techniques. This study fills a gap in the analysis of individual vulnerability related to early pregnancy in areas with different socioeconomic profiles.…”

Experiences of families of adolescents in a bond-strengthening program

“…The research setting was a municipality in the state of Mato Grosso do Sul, Brazil. This state is located in the Mid-West region of the country and has high rates of social vulnerability and risk situations among adolescents: sexual violence (Justino et al, 2015), alcohol (Raizel et al, 2016) and drug abuse (Aguiar et al, 2021), pregnancy (Martins et al, 2014), suicide (Fernandes et al, 2020), sexually transmitted infections (STIs) (Aguiar et al, 2021), among others.…”

Fatores associados à gravidez na adolescência, uma revisão integrativa

“…Com relação aos fatores associados à gravidez na adolescência, a menor escolaridade foi um fator relatado em diversos artigos (Almeita & Aquino, 2011;Cesar et al, 2011;Martins et al, 2011;Martins et al, 2014;Souza et al, 2017;Fernandes, Santos, & Barbosa, 2019;Andrade et al, 2020;Cunha, 2020;Lopes et al, 2020), bem como o fracasso escolar, caracterizado como reprovar ou abandonar (Béria et al, 2020), não frequentar a escola e estudar em escola pública e ter mãe com ensino fundamental completo ou incompleto (Lelis et al, 2013). Mais anos de estudo (Martinez et al, 2011) apresentou-se como fator de proteção para a gravidez na adolescência.…”

“…Municípios com menor valor de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) (Martinez & Roza, 2020;Roza et al, 2018), com menor Produto Interno Bruto (PIB), com maior incidência de pobreza e com maior percentual de vulneráveis (Martinez et al, 2011) também estiveram associados com a gravidez na adolescência. Da mesma forma, municípios com menor tamanho populacional (Martinez et al, 2011), de baixa densidade populacional (Roza & Martinez, 2015) e com piores condições de desenvolvimento social e econômico (Martins et al, 2014;Roza & Martinez, 2015) apresentaram a mesma associação. Além disso, maior IDH foi fator de proteção para a gravidez na adolescência (Martinez et al, 2011).…”