“…Ainda que os esforços para o afastamento dos mortos e a ênfase na oposição entre vivos e mortos seja extremamente operante entre os Kaingang (Veiga, 1994(Veiga, , 2000Almeida, 2004;Rosa, 2005;Gibram, 2012), como em geral acontece, especialmente entre os povos Jê -que corroboram de múltiplas maneiras para a formulação "os mortos são outros" (Carneiro da Cunha, 1978) -, pesquisas recentes, entre diferentes povos ameríndios, têm sinalizado esforços diversos na criação de vínculos e continuidade com os antepassados, considerados uma classe específica de mortos (Heurich, 2015;Graham, 2018;Packer, 2019). Tal continuidade, em linhas gerais, explicita a vontade de enaltecimento dos feitos dos antepassados e a importância desse reconhecimento para a produção de modos de vida no presente.…”