Dislipidemia é um distúrbio metabólico caracterizado pelo acúmulo de lípidos na corrente sanguínea. A doença arterial coronariana (DAC) é uma das principais complicações deste distúrbio metabólico, sendo um dos importantes fatores de morbimortalidade da população mundial e sobrecarga dos sistemas de saúde, tanto para tratamento como para internamento. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil lipídico de servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a partir dos dados analíticos e pré-analíticos, avaliando o impacto do tratamento farmacológico para dislipidemias relatado pelos pacientes, além de avaliar mudanças no perfil lipídico antes e depois da pandemia pelo coronavírus. Foram incluídos no estudo 1216 pacientes que realizaram exames em 2022 e 1128 pacientes que realizaram exames em 2018. Foram observadas mudanças no perfil lipídico dos servidores pré e pós pandemia, onde os valores de colesterol não-LDL tiveram aumento significativo, enquanto o HDL teve redução significativa nas dosagens pós pandemia (P < 0,05). Outro ponto de análise foi o uso e não uso de estatinas pelos pacientes diagnosticados com dislipidemia, o perfil lipídico daqueles que utilizavam estatinas demonstrou-se mais próximo aos valores de referência, ao realizar a estratificação de risco cardiovascular pelo escore de risco global, observou-se que os pacientes de risco cardiovascular alto e intermediário em sua maioria não atingiram o alvo terapêutico, sendo necessário verificar a adesão ao tratamento e revisar a farmacoterapia. Em relação àqueles que não utilizam as estatinas, verificou-se que muitos pacientes se encontraram no risco intermediário e 13 pacientes em risco alto, os quais poderiam ser beneficiados pelo uso de estatinas. Na análise dos resultados dos pacientes não diagnosticados, observou-se que 73 pacientes apresentaram valores de HDL menores que 40 mg/dL, 48 pacientes com valores de LDL acima de 160 mg/dL e 103 pacientes com valores de triglicerídeos acima de 150 mg/dL, sugerindo que alguns servidores podem apresentar dislipidemia não diagnosticada. Tendo em vista a relevância do diagnóstico e tratamento das dislipidemias a realização dos exames periódicos demonstrou-se importante para o rastreamento e acompanhamento farmacoterapêutico para esta condição de saúde, além de trazer informações sobre mudanças ocasionadas pela pandemia de COVID-19.