Objetivos: Identificar características dos indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que exacerbam ou não durante programa de treinamento físico (TF), e verificar se algum destes grupos é menos suscetível aos benefícios do TF. Métodos: Indivíduos com DPOC foram avaliados quanto à função pulmonar, força muscular respiratória, composição corporal, teste da caminhada de 6 minutos (TC6min), força muscular periférica, qualidade de vida, estado funcional, sensação de dispneia na vida diária (escala Medical Research Council [MRC]), ansiedade e depressão. Os indivíduos realizaram programa de TF de alta intensidade com exercícios aeróbicos e de força (três vezes/semana, 12 semanas). Para análise os indivíduos foram separados em dois grupos (Grupo que Exacerbou [GE] e Grupo que Não Exacerbou [GNE]) e comparados quanto às suas características. Resultados: 44 indivíduos completaram o TF (26 no GNE [VEF1 46±16%predito] e 18 no GE [VEF1 42±18%predito]). No pré-treinamento, indivíduos do GE eram mais novos, mais ansiosos e com pior capacidade vital forçada do que o GNE. Após TF, apenas o GE apresentou melhora significativa na dispneia (pré vs pós-treinamento: MRC 4 [3–4] vs 3 [2–4]; P=0,03) e apenas o GNE no TC6min (478 [424-519] vs 516 [467–558]; P<0,0001). Ambos os grupos apresentaram melhora significativa da força muscular periférica. Por fim, considerando a comparação da mudança pós-pré TF, o GNE teve melhora mais acentuada do que o GE na qualidade de vida e TC6min. Conclusão: Indivíduos que exacerbam durante o TF são menos suscetíveis aos benefícios do TF, e estratégias de treinamento próprias são necessárias.