Violência contra jornalistas no canal de Jair Bolsonaro no Youtube

Abstract

RESUMO - As plataformas sociais são ambientes priorizados por governos populistas em todo o mundo e configuram espaços de troca de informação sem mediação jornalística. Invalidar a imprensa é uma estratégia de ação cada vez mais evidente de vozes políticas: um sinal de alerta de violência contra jornalistas, amplificada durante a pandemia de Covid-19. Jair Bolsonaro é um dos exemplos mais contundentes no espectro nacional e este artigo pretende compreender a frequência e tipos de ataque à imprensa presentes nos vídeos publicados pelo canal do presidente brasileiro no YouTube. Para tal, reúne-se uma metodologia híbrida com análise de conteúdo e métodos digitais. O recorte temporal abrange os 100 primeiros dias de crise – de 26 de fevereiro a 4 de junho de 2020. Os resultados apontam que a imprensa é citada em 36% do conteúdo. Destes, 40% representam críticas, 28% ataques verbais e 26% descredibilização. ABSTRACT - Social platforms are environments prioritized by populist governments around the world and spaces frequently used for exchanging information without journalistic mediation. Invalidating the press is an increasingly evident strategy by political voices: a warning sign of attacks against journalists, amplified during the Covid-19 pandemic. Jair Bolsonaro is one of the more striking examples in Brazil and this article aims to understand the frequency and types of attacks on the press in videos published by the Brazilian president’s YouTube channel. A hybrid methodology of content analysis and digital methods is developed for this study. The time frame covers the first 100 days of the health crisis in the country – from February 26 to June 4, 2020. The results show that the press is mentioned in 36% of the content; 40% of which represents criticism, 28% verbal attacks and 26% media discredit. RESUMEN - Las plataformas sociales son priorizadas por gobiernos populistas de todo el mundo y son frecuentemente espacios de intercambio de información sin mediación periodística. La invalidación de la prensa es una estrategia cada vez más evidente por parte de las voces políticas: una señal de alerta de violencia contra los periodistas, amplificada durante la pandemia del Covid-19. Jair Bolsonaro es uno de los ejemplos más determinantes del espectro nacional y este artículo tiene como objetivo comprender la frecuencia y los tipos de ataques a la prensa que aparecen en los videos publicados por el canal de YouTube del presidente brasileño. Para tal fin, se desarrolla una metodología híbrida con análisis de contenido y métodos digitales. El marco de tiempo cubre los primeros 100 días de la crisis de salud en el país – del 26 de febrero al 4 de junio de 2020. Los resultados muestran que la prensa se menciona en el 36% del contenido, en el que el 40% representa críticas, el 28% Ataques Verbales y 26% de descrédito mediático.

A degradação da Amazônia e a dimensão ambiental da crise da democracia no Brasil

“…Com o uso massivo de redes sociais e a disseminação de informações falsas, o presidente adotou a tática de fortalecer a polarização política e reforçar o conflito com adversários políticos (Souza;Leite, 2020;Viscardi, 2020). Negando a legitimidade de seus oponentes políticos, os arroubos autocráticos e, em alguns casos, beligerantes do presidente, foram expressos contra as entidades da sociedade civil, a mídia, o poder Legislativo, o Supremo Tribunal Federal e qualquer outro setor capaz de realizar alguma forma de controle sobre as suas ações (Avritzer, 2020;Mello, 2021;Nicoletti;Flores, 2022). A tática de enfraquecer as conquistas sociais inscritas na CF/1988 com ações partindo de dentro do arranjo institucional, sem a supressão formal dos seus pressupostos e instituições, também foi evidenciada nas ações dos ministros cujas agendas implementaram desvios dos objetivos basais de suas pastas, rompendo com políticas construídas incrementalmente desde a democratização, perspectiva evidenciada nas áreas do meio ambiente, educação e saúde (Barberia;Gomez, 2020;Abessa;Famá;Buruaem, 2019;.…”