Vivências de mulheres sobre o parto

Abstract

No Brasil, a medicalização do parto é apontada por diferentes autores e confirmada pelas estatísticas a respeito. Diante da importância deste tema, o presente trabalho teve por objetivo compreender a vivência do parto segundo relato de mulheres. Foram entrevistadas oito mulheres, de 23 a 32 anos, que tiveram pelo menos um filho pela rede pública de saúde por meio de roteiro semiestruturado. Os resultados apontaram a preferência pelo tipo de parto, o momento de ir para o hospital, a presença do acompanhante, o contato com o bebê no pós-parto, a falta de protagonismo feminino, o ambiente pouco acolhedor e a percepção sobre o atendimento. Foram apontados aspectos urgentes a serem revistos na assistência ao parto, como a falta de vínculo entre a mulher e a equipe de saúde e restrições em relação ao acompanhante, o que distancia a prática do que é definido como prioridade pela Política Nacional de Humanização.

Vivências do parto: discursos de puérperas sobre o processo de parturição

“…Mesmo sendo um direito assegurado por lei desde 2005 15 , ele nem sempre é garantido. Embora existam avanços neste sentido, melhorias são necessárias tanto no setor público quanto no privado [16][17] . De acordo com um estudo prévio, houve um aumento significativo da presença de acompanhantes nos últimos anos, mas cerca de 15% das mulheres no setor público ainda passam por esses momentos sozinhas, sem o apoio emocional das pessoas de sua escolha 18 .…”

“…Ressalta-se que o acompanhante não é uma pessoa que pretende apenas ver o bebê nascer. A sua presença transmite confiança, apoio, força, segurança, gera bem-estar físico e emocional, além de auxiliar nas tomadas de decisões durante o parto [17][18] . Esses fatores contribuem para uma vivência positiva à parturiente, considerando que os maiores níveis de satisfação com o parto são encontrados na presença de um acompanhante, principalmente quando a escolha deste for realizada pela mulher [16][17][18] .…”

“…O processo de parturição tem demonstrado a necessidade de colocar a mulher no centro do cuidado e na valorização da sua integralidade, do seu protagonismo e da sua autonomia 23,25 . Para isso, é essencial o desenvolvimento de medidas que permitam à mulher vivenciar a parturição como evento fisiológico, colocando-a como protagonista nesse processo, 17 e atender suas necessidades individuais, tornando efetivo seu poder de escolha. Humanizar o parto significa colocar a mulher no centro e no controle como protagonista de suas ações, participando de forma ativa nas decisões sobre o seu próprio cuidado 23 .…”

Permanecer onde está ou capacitar: um olhar para dignidade

“…A humanização na Atenção à Saúde da Mulher implica na promoção, no reconhecimento e no respeito aos direitos, incluindo o período gestacional, do parto e nascimento, colocando a mulher como protagonista, uma vez que o parto além de ser um evento biológico e social, este engloba toda família e comunidade, sendo assim, os profissionais de saúde possuem um papel de coadjuvantes, mantendo-se do lado da mulher para prestar apoio, orientar e saber reconhecer os momentos críticos 16 .…”

Empoderamento da gestante contra a violência obstétrica

“…Informar a gestante no pré-natal sobre o momento do parto e sobre os seus direitos para compreender todas as condutas e intervenções consideradas saudáveis e necessárias. Vivências de mulheres sobre o parto, 2020 (Valadão & Pegoraro, 2020).…”