Da carnavalização do planejamento urbano para Belo Horizonte-para-a-guerra: da política ao político e vice-versa

Abstract

R e s u m o : O presente trabalho tem como objetivo discutir o conceito festa como campo de produção de novas formas de viver na cidade, dando ao carnaval de Belo Horizonte especial atenção e tomando como recorte temporal seu chamado renascimento em 2009, sua capilaridade frente ao Estado como fonte de estratégias de luta pelo direito à cidade e de fomento de políticas públicas e iniciativas de planejamento urbano. O argumento do texto é de que o paradoxo democrático (Chantal Mouffe) em produção na festa transforma a cidade de Belo Horizonte em uma espacialidade de guerra -não uma guerra que reproduz exercícios de poder, mas que contamina e produz novas multiplicidades.P a l a v r a s -c h a v e : planejamento urbano; festa; democracia; política; carnaval; guerra. A b s t r a c t : The present paper aims to discuss the concept of festa as a concept field for producing new modes and forms of living within cities. In order to depict the strategies of festa, it will be use as an exam

Da Praça à Praia: significações culturais da Praia da Estação

“…Nos anos de 2009 a 2010, como consequência das redes de contato tecidas na Praia (VIANA, 2021), houve a primeira expansão do carnaval de rua com a criação de blocos que atualmente são considerados tradicionais no carnaval mineiro. Portanto, pode-se dizer que os blocos se originaram de um mesmo movimento não institucionalizado de grupos da sociedade civil belo-horizontina, formados, principalmente, por jovens escolarizados que se beneficiam sobremaneira dos recursos da internet e das redes sociais para realizar sua articulação (CANUTO, 2016;MIGLIANO, 2020).…”

“…Outra manifestação que se transforma na Praia é o cortejo Vira o Santo, desfile de vários blocos de rua em várias partes da cidade no fim de semana após o carnaval com destino à Praça da Estação. Dessa forma, a Praia, mais uma vez, torna-se um lugar seguro de encontro e criação de afetos, além de abraçar a diversidade de bandeiras levantadas pelos mais diversos blocos (CANUTO, 2016).…”