Mulheres na periferia do urbanismo: informalidade subordinada, autonomia desarticulada e resistência em Mumbai, São Paulo e Durban

Abstract

A informalidade subordinada e a autonomia desarticulada são duas faces da mesma moeda: não há neutralidade na posição que a informalidade ocupa na periferia do capitalismo. Parece impossível, portanto, a transição automática do informal para o formal, uma vez que a informalidade funciona como reserva de braços e de terras por subacumulação e superacumulação. Subacumulação, porque só resta o trabalho compulsório por sobrevivência. Superacumulação, porque são extraídos, além dos direitos trabalhistas, todo o aparato para a reprodução social da força de trabalho, incluindo o território que os trabalhadores informais ocupam. Há uma clara assimetria decisória e de riqueza como reflexo de relações desiguais de poder e subordinação, como as discriminações de gênero, raça, casta e classe em São Paulo, Durban e Mumbai. As experiências de resistência de mulheres trabalhadoras informais domiciliares e ambulantes nessas metrópoles revelam contradições e inovações nos arranjos de organização e de articulação com movimentos sociais urbanos, assim como são exemplos de conquistas parciais e pontuais.

“The Worker's Party sold out the street vendors”: Revanchist populism and the crisis of labor in Belo Horizonte, Brazil

“…For many non-waged urban workers, the city is the primary site where their working lives and political struggles evolve. This has been examined by scholarship on other Brazilian cities like Rio (Lago, 2011), Porto Alegre (Kopper, 2015), and São Paulo (Itikawa, 2016) who demonstrate the potentialities and limitations of organizing non-wage workers. For Barchiesi (2010: 79), the permanence of wage labor as "the normative foundation of society and citizenship" risks "feeding a conservative and chauvinist political discourse.…”

Desigualdade de gênero na pandemia

“…Estudos e pesquisas, como as desenvolvidas pela urbanista Luciana Itikawa (2016Itikawa ( , 2020, permitem analisar questões relacionadas às desigualdades territoriais, por meio de mapas em que são representadas diferentes variáveis georreferenciadas em momentos específicos de interesse. Nestes estudos, ficam evidenciadas as correlações entre as desigualdades sociais e a maior ocorrência de casos de síndrome de respiração aguda grave (SRAG) e óbitos de covid-19, permitindo identificar onde moram e onde trabalham as mulheres mais vulneráveis e as implicações frente à situação de pandemia.…”

“…O referido webinar agregou pesquisadores e profissionais de áreas distintas para tratar das seguintes temáticas: Wânia Pasinato expôs o quadro atual de violência contra a mulher, apontando múltiplas causas e possíveis propostas de solução; Luciana Fukimoto Itikawa (2016Itikawa ( , 2020 abordou o tema das mulheres e o trabalho, colocando em discussão a desigualdade existente; Juliane Cintra de Oliveira explanou sobre o racismo genderizado, provocando reflexão sobre a questão estrutural do racismo no Brasil; Surrailly Youssef, da Defensoria Pública, elucidou os números crescentes da população feminina encarcerada em decorrência do combate ao tráfico de drogas nos países latino americanos, discutindo medidas para combater vulnerabilidades e riscos trazidos para essas mulheres e seus filhosl; e Daniela Libório (2003) ponderou sobre a ordenação das cidades sob a ótica feminina, projetando soluções para o contexto pós-covid.…”

Gênero e conscientização em orientação profissional: caminhos e desafios

“…pensadas por e para homens (Gouveia, 2005;Itikawa, 2016). Além disto, o gênero afeta as escolhas profissionais, reduzindo o tempo disponível para o trabalho remunerado (Biroli, 2013) e a continuidade das trajetórias femininas no que diz respeito ao trabalho remunerado.…”