Uma análise da escolha do curso superior no Brasil

Abstract

O objetivo do artigo é avaliar os fatores que influenciam a escolha do tipo de curso superior no Brasil. A partir dos dados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e da Sinopse de Educação Superior de 2000, modelamos a escolha do curso por parte do indivíduo usando o modelo logit condicional. As variáveis que condicionam esta escolha são: características individuais e familiares; relação candidato-vaga; tempo de duração do curso; e incentivos econômicos das carreiras (média e variabilidade do rendimento e desemprego). Esta análise é feita para o total de indivíduos que estavam em idade de prestar vestibular no ano de 2000. Os resultados indicam que os rendimentos e a taxa de desemprego influenciam apenas os indivíduos do quartil mais elevado, enquanto a concorrência possui maior impacto sobre a escolha dos indivíduos do quartil inferior de distribuição.

As portas permanecem semiabertas: estudantes trabalhadores nas universidades federais

“…A disputa por uma vaga nas instituições públicas é, em média, cinco vezes maior do que nas particulares. F. Martins & Machado (2018) mostram que, em 2000, a relação candidato/vaga nas instituições públicas era de 8,87, enquanto, em 2010, alcançou 7,56. Além de elevada concorrência, observa-se nas federais uma taxa de ocupação de 101% em 2010 contra 44,2% nas particulares, indicando que naquelas todas as vagas oferecidas eram ocupadas.…”

“…Nas públicas o aumento foi de 81,3% (F. Martins & Machado, 2018). Além da criação de Ifes, campi e cursos, novos mecanismos de recrutamento de discentes foram instituídos.…”

Escolha profissional e adolescência: velhas questões, novas reflexões

“…Partindo deste pressuposto observa-se que a escolha profissional sofre interferências de fatores socioeconômicos, tecnológicos e familiares, e segundo Soares et al (2018) é notório a interferência de valores culturais, da situação atual do mercado de trabalho e do reconhecimento que a carreira escolhida pode fornecer, sendo possível também averiguar interferências advindas do tempo de duração da graduação, do retorno financeiro estimado e da facilidade de ingressar em determinados cursos que não possuem concorrência exacerbada, no entanto estas últimas influências citadas podem vir a causar frustração futura, por não considerar aptidões pessoais e serem pautadas apenas em possibilidades culturais não considerando habilidades e interesses (Martins & Machado, 2018). Desta maneira Oliveira et al (2006) evidenciam que é crucial que o orientado compreenda que assim como outras decisões importantes, a escolha de uma profissão dá-se durante todo o decorrer da vida do sujeito.…”

Perfil dos estudantes ingressantes no curso de Engenharia Agronômica em uma universidade pública do estado do Tocantins, Brasil

“…Além disso, a escolha de um curso superior perpassa a construção do projeto de vida de cada Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 7, e654974639, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4639 indivíduo, com base na formação desejada, das oportunidades de trabalho, após finalizar o curso, bem como, as características das profissões escolhidas. Nesse processo, se deve considerar também, que o ingresso em um curso superior tem como base o entendimento de que a educação permite a capacitação humana, e com isso, a melhoria da qualidade de vida e de emprego garantido (Martins & Machado, 2018).…”