Comunidade Remanescente de Quilombo, desigualdade e política pública: reflexões sobre um <em>‘caso particular do possível’</em> das mulheres quilombolas em uma comunidade na região norte-rio-grandense

Abstract

As Comunidades Remanescentes de Quilombo permanecem, em sua maioria, com altas taxas de desigualdade, com a submissão das mulheres às distintas formas de opressão. Demarca-se como campo de estudo, a Comunidade Quilombola Negros do Riacho. O desenho da pesquisa abrange a revisão bibliográfica, o mapeamento socioambiental do território e a aplicação de questionário. O resultado indica a ausência da atuação governamental, do investimento público e uma restrita capacidade reivindicatória da associação comunitária.

Perfil socioeconômico e demográfico de crianças e adolescentes quilombolas da Bahia

“…Tal contexto, segundo estudos, quando vivido desde a infância e adolescência por um longo período de vida, pode reverberar na saúde do indivíduo. (12)(13)(14) Mais de 70% das respondentes foram mães, que estudaram até o Ensino Fundamental e não possuíam carteira assinada. Outros estudos já apontaram o protagonismo da mulher no cuidado e domínio no que se refere às informações a respeito dos filhos, tendo grau escolaridade análogo com o desenvolvimento de empregos informais.…”

The Intersectionality Of Quilombola Woman And Her Needs Of Care: Evidence Of Scientific Literature

“…Thus, such inequalities are major obstacles to access to health promotion and prevention actions for black women, which has impacted on living conditions and the disease process (Prestes & Paiva, 2016;Werneck, 2016;Paranhos, 2016;Souza, Silva & Costa, 2019;Fernandes, Galindo & Valencia, 2020;Santos et al, 2021;Birth, Arantes, Oak, 2022).…”

A mulher quilombola e suas necessidades de cuidado: sob a ótica da literatura científica

“…Um dos fatores incidentes está nas discriminações étnico-racial e de gênero, que colocam essas mulheres numa posição de desvantagem em inúmeras situações. Mulheres negras de etnia quilombola têm dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde e a políticas públicas eficazes para a superação das desigualdades (Werneck, 2016;Paranhos, 2016;Souza, Silva & Costa, 2019) O direito à saúde quilombola traz consigo a necessidade de se incorporar, às práticas, os conhecimentos e experiências apreendidas por cada sujeito em seu território. Dessa forma, espera-se que se supere a dicotomia entre a academia e o conhecimento tradicional, como também se promova o contato desses saberes, a fim de contribuir para uma efetiva promoção do cuidado e da saúde, respeitando-se as especificidades e singularidades que os caracterizam (Durand, 2016) A presente revisão propôs-se a realizar uma busca teórico-conceitual na literatura nacional, nos anos de 2008 a 2018, sobre o contexto social e político do que é ser uma mulher quilombola e suas necessidades de cuidado à saúde na perspectiva da interseccionalidade gênero, raça, corpo e política, e sistematizar os principais eixos de análise encontrados.…”