Com o avanço da pandemia da COVID-19 no Brasil, inúmeras ações necessitaram ser tomadas para evitar contaminações e mortes. Tais medidas acabaram afetando desproporcionalmente as pessoas mais pobres da sociedade, colocando-as em situação de vulnerabilidade social. Assim, este trabalho analisa a influência da rede de proteção social na vida das famílias de classes populares da cidade de Nova Serrana, estado de Minas Gerais, durante a pandemia da COVID-19. O referencial teórico aborda a política social, a pobreza e suas visões, e as desigualdades sociais e alguma de suas formas. Dado a complexidade do fenômeno, optou-se pelo estudo de caso com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi através de entrevistas com famílias de classes populares, integrantes da SSVP, e Assistente Social do CRAS. Os resultados mostraram que a rede de proteção social foi de suma importância durante o período e que nem sempre essa ajuda vem por parte dos órgãos públicos.Palavras-chave: Desigualdade Social. COVID-19. Políticas Públicas. Estado de Bem-Estar Social.
Introdução"Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça na desigualdade." (Papa Francisco).Com o surgimento do Estado de Bem-Estar Social, as políticas sociais se tornaram cada dia mais presentes no dia-a-dia da população. Segundo Mena (2004) são através delas, que o Estado ajuda a construir uma sociedade mais justa e igualitária, sendo responsáveis em alinhar os interesses pessoais com o da sociedade como um todo, dando assistência quando necessário e auxiliando nos demais conflitos que podem surgir no seio do sistema capitalista. O sistema capitalista trouxe consigo inúmeros avanços, mas também grandes dilemas para a sociedade moderna. A consolidação do capitalismo resultou também em um aumento expressivo da desigualdade social que segundo Trovão e Manzano (2019) é fruto de uma distribuição desigual por parte deste sistema. Com o passar do tempo, a desigualdade foi ganhando novos contornos, passando a envolver