Teoria Ator-Rede (TAR) como alternativa à superação das dualidades presentes nos estudos de comportamento informacional

Abstract

Introdução: No campo dos estudos de usuários da informação, a mudança do paradigma centrado no sistema para o centrado no usuário da informação trouxe aspectos individuais e cognitivos das atividades informacionais para o primeiro plano. Esse ponto de vista foi criticado por abordagens sociais emergentes por negligenciar aspectos sociais e de contexto. Esse movimento gera tensões entre investigadores que adotam posicionamentos focados na centralidade no usuário, ou no contexto ou em alguma posição intermediária entre os dois polos, o que inevitavelmente interfere nos resultados de suas pesquisas. Objetivo: O artigo objetiva analisar a Teoria Ator-Rede (TAR) como uma alternativa às polaridades reducionistas presentes no campo de estudos de usuários. Metodologia: A análise foi realizada por meio de revisão bibliográfica sobre estudos de usuários, comportamento informacional e TAR. Resultados: O estudo revela uma abordagem diferenciada no rastreamento de atividades informacionais ao considerar que usuários da informação, sejam eles individuais ou coletivos, continuamente trocam propriedades em um mesmo plano, sem a referida polarização ou a busca por posições intermediárias. Conclusões: O artigo apresenta a TAR não apenas como uma alternativa coerente, mas oportuna para a apreensão de fenômenos informacionais contemporâneos.

Teoria Ator-Rede: Perfil Das Publicações Brasileiras Na Administração

“…Argumenta-se, uma vez que o ator só existe porque possui forma na rede, bem como significado e identidade. Sendo assim, não pode existir ator sem que haja rede (Andrade & Marques, 2021;Oliveira, 2016). Com isso, "empregar a palavra "ator" significa que jamais fica claro quem ou o que está atuando quando as pessoas atuam" (Latour, 2012, p. 75).…”

“…Direcionando o olhar sob a área da Administração, Andrade & Marques (2021), Américo e Takahashi (2013, 2014, Bispo (2013) e Fornazin e Joia (2015), refletem sobre a TAR enquanto uma das tradições dos estudos baseados em prática -vertente de aprendizagem -, compreendendo-a enquanto uma forma de estudar as práticas dos indivíduos, nas quais o aprendizado é contínuo e indissociável do saber e fazer. O social é entendido enquanto uma rede heterogênea de humanos e não-humanos, os quais concebem o conhecimento como performativo, dado que não só media as práticas, mas as propaga.…”

“…Além disso, conduz a negligência de questões sobre política. Propiciando novos desenvolvimentos, os quais têm buscado superar tais falhas e limitações, com intuito de oferecer uma forma de (ontologia) política da TAR (Alcadipani, 2009;Andrade & Marques, 2021).…”