O artigo discute o desenvolvimento da ciência e tecnologia no Brasil, caracterizado por um acentuado contraste entre o desenvolvimento científico e a evolução na inovação tecnológica, situação comum nos países latino-americanos, onde a grande maioria das indústrias não possui centros de P&D e não pratica a inovação aberta. No Brasil o desafio vem sendo enfrentado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), instituição privada concebida em 2013 e reconhecida como Organização Social (OS) pelo Governo Federal, com o qual mantém compromissos mediante Contrato de Gestão, tendo a missão de aplicar recursos oficiais, compartilhando riscos e custos no desenvolvimento de projetos das empresas. Grupos de pesquisa de universidades e outras instituições são credenciados constituindo Unidades EMBRAPII (UEs), autorizadas a assinar contratos de PD&I com as empresas. Atualmente são 76 UEs com cerca de 6.000 pesquisadores, desenvolvendo 1.560 projetos, contratados por 1.081 empresas num total de R$ 2,14 bilhões aplicados, dos quais 49,1% provém das empresas, 32,7% recursos não reembolsáveis da EMBRAPII e 18,2% da contrapartida econômica das UEs. A rápida evolução do modelo se deu em função das características de agilidade, flexibilidade e ausência de burocracia e ainda na disponibilidade de grupos de pesquisa altamente qualificados nas UEs e na decisão de compartilhamento dos riscos e do co-financiamento dos projetos. A confiança e adesão das empresas são facilitada pela condição de Organização Social cuja missão é a promoção da competitividade das empresas pelo apoio à inovação industrial no Brasil. Destaca-se também o desenvolvimento de projetos de empresas brasileiras em cooperação internacional com empresas e agências de vários países, abrindo possibilidades de ação conjunta a ser explorada no espaço do MERCOSUL