O presente artigo tem por objetivo se inscrever nas disputas políticas em torno de significações de escola/educação pública democrática contribuindo com reflexões acerca das possibilidades e desafios de se pensar e defender um ensino democrático no cenário pandêmico da Covid 19 e de crise política, que tem acentuado de forma exponencial as desigualdades sociais, econômicas e raciais existentes na sociedade brasileira. Devido ao panorama sanitário atual, diversas experiências de ensino remoto têm sido experimentadas pelas escolas, desdobrando-se em novas questões e readaptações para todo o sistema escolar. Neste artigo, analisaremos o ambiente de implementação do ensino remoto na educação básica, bem como delinear alguns dos novos desafios colocados a uma perspectiva de educação como prática libertária. Na primeira parte do texto, nos debruçamos sobre o conceito de democracia em diálogo com autores que o significam para além do campo do liberalismo político. Na segunda parte, apresentamos e analisamos os dados da PNAD Contínua TIC 2018.buscando compreender a realidade do país no momento pré-pandemia no que se refere às condições habitacionais, em particular de acesso à Internet, dos domicílios brasileiros imersos em um contexto de profundas desigualdades socioespaciais que marcam o território nacional. Por fim, analisamos a situação dos estudantes brasileiros no atual contexto e refletimos sobre possibilidades de práticas democráticas nas relações escolas-estudantes. Possibilidades que se constroem para além do acesso – contribuindo para a superação do passado colonial brasileiro e a construção de uma autêntica democracia racial.