Discussão do desempenho da envoltória de uma passive house adaptada à zona bioclimática 2 em acordo com o RTQ-R

Abstract

Resumo O elevado consumo energético do setor das edificações e a consequente emissão de gases de efeito estufa levou a União Europeia a publicar, em 2010, a Diretiva 2010/31/EU, que estabelece que até ao final de 2020 todas as novas edificações deverão ser de balanço energético quase nulo (nZEB). Um caminho possível para alcançar essa meta é a aplicação do conceito Passive House. O artigo tem o objetivo de analisar o nível de eficiência da envoltória de uma Passive House pelo método de simulação do Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais (RTQ-R). A análise é realizada para a edificação configurada de acordo com o RTQ-R (ventilada naturalmente e condicionada artificialmente), que utiliza o sistema de ventilação mecânica com recuperador de calor (MVHR). Na primeira situação a edificação obteve classificação nível B, devido ao alto consumo do condicionador de ar para aquecimento, e quando utilizado o sistema MVHR a edificação obteve classificação nível A. Em uma análise comparativa do consumo de energia, o sistema MVHR apresentou economia de 56,63% em relação ao condicionador de ar. Assim, o estudo comprovou a aplicação, sob o enfoque energético, do conceito Passive House para a Zona Bioclimática 2 (ZB2).

Passive House Alternative Proposal for the Brazilian Bioclimatic Zone 8

“…Source: [7,8] The Pelotas Passive House proposal was considered in this study. The architectural design of the building was developed based on passive strategies used in the design of the bioclimatic house of Pouey [14] and following the compliance criteria required by the Passive House Standard [15,16]. The Figure 1 presents the residential project that was modeled using the SketchUp software and through Legacy Open Studio plugin simulated in EnergyPlus Software.…”

“…It was oriented on the East-West, with the north facade maximized, aiming the solar radiation gains in winter. For East and West, the smallest facades were established to reduce undesirable gains in the summer [14][15][16].…”

“…Table 3 presents the thickness (t), the thermal conductivity (λ), the thermal resistance (R), the internal and external surface resistances (Rsi and Rse), and total thermal transmittance (U-value) of the construction materials according to Brazilian standard NBR 15220 calculation [5]. The adopted PVC (polyvinyl chloride) framed windows consist of double glazing composed of glass pane Planitherm Ultra N 6mm, air layer 14 mm and glass pane Planilux 6mm, with a solar factor of 0.57 and U-value of 1.5 W/m 2 K [16].…”

Efeitos do sombreamento no desempenho de edificação com envelope isolado na ZB2

“…ETAPA 2 -Simulação do nível de eficiência energética da envoltória da edificação considerando o RTQ-R A segunda etapa consiste na avaliação do nível de eficiência energética da envoltória da edificação, para verão e inverno, conforme o RTQ-R. Para a apresentação da análise, caracteriza-se o projeto arquitetônico e a envoltória da edificação e, posteriormente, é feita a modelagem e configuração da edificação de acordo com os parâmetros do RTQ-R. As agendas de ocupação, iluminação, uso de equipamentos, ocupação, densidade de potência de iluminação, densidade de carga interna de equipamentos, como também a método para analisar a eficiência da envoltória da edificação, observaram o que preconiza o RTQ-R. Cabe-se ressaltar que a eficiência termoenergética do envelope com elevado isolamento térmico foi apresentada em Dalbem et al (2017). No referido estudo o nível de eficiência energética da envoltória da edificação em questão foi analisado.…”

Avaliação de dispositivos de proteção solar fixos e automatizados para edifício residencial

“…Verifica-se que envelopes mais isolados e, até certo limite, mais pesados, permitem um melhor desempenho térmico de edificações residenciais. Nesse contexto Dalbem et al (2017) analisou as possibilidades de utilização de edificações com elevado isolamento térmico no envelope nas Zonas Bioclimáticas mais frias do país. Observou as possibilidades de adaptação do padrão Passive House ao contexto do sul do Brasil verificando as transmitâncias térmicas mínimas em edificação residencial com vistas a aumentar o desempenho termoenergético e minimizar os problemas de sobreaquecimento.…”