O objetivo deste artigo é analisar os filmes Ganga Zumba (1964) e Quilombo (1984), de Carlos Diegues, enquanto narrativas históricas sobre o Quilombo dos Palmares e a resistência escrava. Ambos fazem parte do movimento cinematográfico Cinema Novo e apresentam a perspectiva de uma história vista de baixo, além de romperem com os enquadramentos da história oficial. O artigo discorre sobre a presença do filme histórico no cinema nacional e acerca do diálogo dos filmes com a historiografia da escravidão. Por último, analisam-se os dois filmes em questão, levando em conta os seus aspectos estéticos, os discursos em que eles foram baseados, o tipo de representação histórica realizada e a sua recepção na época em que foram lançados nos cinemas.