A escravidão criminosa no Brasil foi uma violação direta aos direitos humanos da população afrodescendente, desrespeitando a sua condição de sujeito e direcionando-a compulsoriamente a uma situação de marginalização. Sendo assim, olhando para o contexto histórico de formação do Brasil, a saúde, educação, cultura e política foram voltadas e construídas para a classe branca elitista. É possível observar que, através das próprias legislações brasileiras, retiram o direito do negro a ter acesso a educação e a promoção de sua cultura. Desta forma, se torna imprescindível a efetivação e proteção dos Direitos Humanos, para tentar dirimir a desigualdade social e proteger a dignidade do indivíduo. Tal direito, possui como característica a universalidade, pois é legítima para todos, e também, a indivisibilidade, que não pode ser transmitida ou mesmo renunciada por seus titulares, sejam de natureza civil, política, econômica, social ou cultural, inerentes à dignidade de toda pessoa humana. Nesta perspectiva, tentam proteger os seres humanos das discriminações e violações de direitos, porém, no Brasil, encontram dificuldades, pois o racismo se estruturou na sociedade. Ao olhar para o negro (a) brasileiro (a) é possível observar que a proteção dos direitos humanos tem cor, e esta cor é branca, pois existe uma exclusão social, racial e discriminatória, tornando uma ofensa gravíssima a efetivação dos Direitos Humanos e mais ainda, inexiste uma democracia racial, que contribui diretamente para a marginalização de afrodescendentes, fortalecendo o racismo, maculando a dignidade da população negra e promovendo a desigualdade racial. O presente artigo tem como objetivo discutir a violação dos direitos humanos da população afrodescendente decorrente do racismo estrutural enraizado na sociedade brasileira. A metodologia utilizada para embasar esta pesquisa foi de caráter documental. Portanto, se faz necessário debater estratégias para cobrar das autoridades mudanças para suprimir a violência racial e promover a igualdade racial.