Silenciamento da sexualidade do adolescente no contexto rural

Abstract

A educação para a sexualidade é um pilar fundamental da saúde sexual e reprodutiva. Contudo, há um distanciamento dessa discussão para adolescentes rurais. O objetivo deste artigo é analisar o discurso sobre a sexualidade do adolescente no contexto rural e as perspectivas para romper com a ordens do discurso. Adota como metodologia a pesquisa-ação desenvolvida em duas escolas rurais: uma no Brasil e outra na Colômbia. Para análise dos dados foi aplicada a Análise Crítica do Discurso. A sexualidade do adolescente no contexto da escola rural é atravessada por dispositivos que produzem o silenciamento. A construção da sexualidade é marcada pelos modelos biomédico, biológico e sexista que se exacerbam no contexto rural. É preciso reeducar o conceito de sexualidade como dimensão humanizadora e avançar na discussão sobre como a tecnologia e a mídia interferem nos modos de vida e na sexualidade dos adolescentes no contexto rural.

Conhecimentos e atitudes de adolescentes escolares sobre saúde sexual e reprodutiva

“…[1][2][3] Tratar de saúde sexual e reprodutiva no âmbito da adolescência parte de seu reconhecimento enquanto determinante do processo saúde-doença-cuidado. Assim, urge a necessidade de superar a visão biologicista, heterossexista e negativa da educação sexual, 4 de modo a empoderar o adolescente em seu processo de viver e ter saúde, incluindo-o.…”

Significações construídas por mulheres que engravidaram na adolescência sobre atividades de prevenção à gravidez desenvolvidas pela escola

“…A busca pelo desejo em engravidar na adolescência por vezes pode ser entendido pelo imaginário e significado social de um episódio de vida como um evento problemático, entretanto, o que se pode observar pelos dados decorrentes deste trabalho e por outros encontrados na literatura é que os contextos sociais, econômicos, culturais demonstram relevância na construção da maternidade e paternidade para os adolescentes, especialmente para as adolescentes provenientes de espaços que oferecem interações fragilizadas ou inexistentes (MOURA et al, 2021;MONROY-GARZON;SILVA, 2022) para outras construções de sentidos e significados (VIGOTSKI, 2001) e de projetos de vida ligados, por exemplo, à continuidade da escolarização, o que é definido não só pelo interesse, mas também pela qualidade efetiva da escolarização anterior a qual os adolescentes tiveram acesso.…”