2017
DOI: 10.1590/s2178-14942017000300006
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Cassiano Ricardo e Martim Cererê: Um Poema em Transformação (1927-1936)

Abstract: Resumo No presente artigo apresentaremos os resultados de uma análise comparativa entre as seis primeiras versões do poema Martim Cererê, publicado pela primeira vez em 1927 por Cassiano Ricardo. A partir dessa análise, foi possível demonstrar as alterações realizadas pelo autor e como essas modificações não derivam apenas de revisões estéticas ou gramaticais, mas apresentam nuances das tensões políticas que permeavam o campo intelectual no qual Cassiano Ricardo interagia.

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“…Outra interpretação sobre os "novos bandeirantes" foi levantada por Batista (1985). Consideramos que ao se lançarem na arena política, os "novos bandeirantes" se ancoravam em quatro orientações básicas, que são: incorporar a atualidade sem quebrar as tradições; valorizar a cultura brasileira, acima de tudo, a língua; negar os estrangeirismos; e, por fim, defender a arte com cunho político (VELLOSO, 1983;CAMPOS, 2007;COELHO, 2015). A revista S.Paulo foi lançada em 31 de dezembro de 1935 e circulou apenas no ano de 1936 sob a direção de Ricardo, Picchia e Levém Vanpre 4 .…”
Section: Dossiêunclassified
“…Outra interpretação sobre os "novos bandeirantes" foi levantada por Batista (1985). Consideramos que ao se lançarem na arena política, os "novos bandeirantes" se ancoravam em quatro orientações básicas, que são: incorporar a atualidade sem quebrar as tradições; valorizar a cultura brasileira, acima de tudo, a língua; negar os estrangeirismos; e, por fim, defender a arte com cunho político (VELLOSO, 1983;CAMPOS, 2007;COELHO, 2015). A revista S.Paulo foi lançada em 31 de dezembro de 1935 e circulou apenas no ano de 1936 sob a direção de Ricardo, Picchia e Levém Vanpre 4 .…”
Section: Dossiêunclassified
“…Como foco de irradiação de tal "unidade espiritual", os "novos bandeirantes" reforçaram a predestinação de São Paulo em dar novamente a orientação dos caminhos da Nação, pois o Movimento Bandeira -assim como as Bandeiras históricas o fizeram -seria fruto da "arrancada da mentalidade paulista para a fixação e defesa das fronteiras da Pátria" (EDITORIAL, 1936, p. 1).8 Em primeira mão, esse ideário foi posto a serviço da campanha eleitoral de Armando de Salles Oliveira durante a frustrada campanha eleitoral no segundo semestre de 1937. No entanto, com a decretação do Estado Novo, esse ideário passou a servir a outro governante, a Getúlio Vargas e ao Estado Novo(COELHO, 2015). 9 O manifesto do Movimento Bandeira foi assinado -em 1935 -por Cassiano Ricardo, Menotti Del Picchia, Mario de Andrade, Alcântara Machado, Guilherme de Almeida, Paulo Setúbal, Monteiro Lobato, Almeida Prado, Fonseca Teles, Reynaldo Porchat, Guilherme de Almeida, Plínio Barreto, Rubens do Amaral, Valdomiro Silveira, Vicente Ráo, Paulo Prado e Afonso Taunay.…”
unclassified
“…Podemos dizer que Cassiano Ricardo foi herdeiro da corrente literária que exaltava a positividade dos feitos dos bandeirantes, especialmente a partir dos textos de Afonso d'E.Taunay (1922), Paulo Setúbal (1928) e Alfredo Ellis Jr (1934. Sendo tributário destas interpretações e, como outros escritores paulistas, se apropriou do símbolo bandeirante como expressão da personalidade desbravadora, destemida, altiva, determinada, independente, leal e líder(COELHO, 2015).Mesma perspectiva já havia sido apontada por Lúcia LippiOliveira (2000), a qual declara que Cassiano Ricardo destacou o bandeirante como o responsável pelas entradas no sertão, pela expansão das fronteiras da Pátria e pela formação da personalidade paulista.Para Enzo Travesso (2004) o "revisionismo" é uma palavra que possibilita várias interpretações e "que, en el curso del siglo XX, ha adquirido los significados más diferentes y contradictorios prestándose a usos múltiples y suscitando, a veces, malentendidos" (p. 69). O autor, ressalta que ao se colocararem como porta-vozes de uma escola histórica "revisionista", os negacionistas "lograron contaminar el lenguaje y crear, así, una confusión considerable en torno al concepto de revisionismo" (p. 69).…”
unclassified