O artigo analisa concepções clínicas e culturais de representação das pessoas com deficiência visual. Foi baseado em análise bibliográfica de obras autobiográficas de pessoas cegas, como Hingson (2010) e Bavcar (2003), bem como de análises teóricas de autores como Vygotsky (1991), Martins (2013). Analiso possibilidades de pensar sobre a deficiência visual através de parâmetros culturais, para além da limitação corporal. Nos resultados, notei que as concepções clínicas tendem a limitar esse grupo, já as concepções culturais podem ampliar as percepções sobre essas pessoas como formas diferentes de ver o mundo, indo muito além da deficiência. Outro resultado é o processo de representação da deficiência visual por aqueles que vivenciam essa condição, através da publicação de materiais autobiográficos que possibilitam formas diversificadas de perceber os pontos de vista desses sujeitos.