O presente artigo analisa conflitos bioéticos relacionados à descartabilidade da velhice na ordem social capitalista. Orientada por uma pesquisa de tipo teórica e interdisciplinar, a análise relaciona a determinação histórico-social do trabalho e suas implicações na corporeidade e constituição humana – especialmente do corpo envelhecido. Discute que o envelhecimento não deve ser concebido como um processo individual e puramente compreendido por processos cronológicos e/ou biológicos, mas como um fenômeno coletivo atravessado por questões éticas, históricas e políticas. Como conclusão indica a necessidade de uma bioética do envelhecimento capaz de orientar políticas públicas e agendas de pesquisas voltadas à compreensão e intervenção nos conflitos éticos que afetam os trabalhadores envelhecidos, especialmente aqueles que são descartados pelo trabalho na ordem social capitalista.