2009
DOI: 10.1590/s1984-63982009000200002
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

A favela tem nome próprio: a (re)significação do local na linguagem do funk carioca

Abstract: O funk é uma prática musical produzida e consumida, principalmente, pela juventude das favelas do Rio de Janeiro. Além de diversão e trabalho, o funk é uma forma de identidade para essa juventude. Neste artigo, conjugo a análise linguística com a prática etnográfica para demonstrar que tal identidade possui uma linguagem específica, por meio da qual os artistas do funk significam as suas próprias experiências e, assim, constroem uma nova cartografia para a cidade do Rio de Janeiro. Nessa linguagem, a favela de… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
1
0
7

Year Published

2014
2014
2021
2021

Publication Types

Select...
6
1

Relationship

0
7

Authors

Journals

citations
Cited by 10 publications
(8 citation statements)
references
References 2 publications
0
1
0
7
Order By: Relevance
“…Wearing a Cooperifa t-shirt, Alex C recites a piece of work with explicit spatial and temporal references, entitled "Brasil, quinto milênio" ("Brazil, fifth millennium"). Beginning "América Latina, Brasil / Quinto milênio, século vinte e um / São Paulo, Zona Sul / Jardim Ângela, periferia" ("Latin America, Brazil / Fifth millennium, twenty-first century / São Paulo, South Zone / Jardim Ângela, periphery"), it refers by name to specific neighbourhoods, illustrating the "territorial affirmation" that has been a feature of different genres of cultural production from the Brazilian urban periphery in recent decades (Ramos 2007;Carvalho Lopes 2009; Peçanha do Nascimento 2009; Holmes 2016).…”
Section: Cultures Of Circulation As Subject Matter: Urban Economic Media Culturalmentioning
confidence: 99%
“…Wearing a Cooperifa t-shirt, Alex C recites a piece of work with explicit spatial and temporal references, entitled "Brasil, quinto milênio" ("Brazil, fifth millennium"). Beginning "América Latina, Brasil / Quinto milênio, século vinte e um / São Paulo, Zona Sul / Jardim Ângela, periferia" ("Latin America, Brazil / Fifth millennium, twenty-first century / São Paulo, South Zone / Jardim Ângela, periphery"), it refers by name to specific neighbourhoods, illustrating the "territorial affirmation" that has been a feature of different genres of cultural production from the Brazilian urban periphery in recent decades (Ramos 2007;Carvalho Lopes 2009; Peçanha do Nascimento 2009; Holmes 2016).…”
Section: Cultures Of Circulation As Subject Matter: Urban Economic Media Culturalmentioning
confidence: 99%
“…Silva & Barbosa (2005, p. 34) comentam como movimentos culturais promoveram uma espécie de "exotização da favela", elegendo-a como símbolo da cultura nacional e berço do samba, espaço autêntico da vida carioca, sustentado por representações da beleza rústica, de palco de musas e poetas, da mulata e do malandro, modelos que também categorizam e simplificam. Com outro enfoque, surgem, nos anos 1990, manifestações como o hip hop e o funk, que procuram significar suas próprias experiências por meio da linguagem, em que a favela deixa de ser espaço genérico de barbárie -em um momento em que o tráfico de drogas já havia se consolidado -para se transformar em território com nome próprio, heterogêneo, local de moradia, com as práticas que a constituem, integrante da cidade (LOPES, 2009 2014nos mostra quais foram as transformações ocorridas no discurso jornalístico sobre as favelas cariocas a partir dos anos 1980, em O Globo e Jornal do Brasil, até a década de 2000. Ela demonstra que, até meados dos anos 1990, a favela era enquadrada como lugar de ausência, e os favelados percebidos como vítimas da sociedade.…”
Section: O Universo Das Favelas Do Rio De Janeiro: Algumas Percepçõesunclassified
“…No Brasil, destaco o número especial da Revista Brasileira de Linguística Aplicada do ano de 2009 que foi todo dedicado aos estudos sobre identidades, envolvendo, entre as pesquisas, estudos sobre minorias e a complexa construção e reconstrução de suas identidades. Alguns desses e de outros artigos escritos nos dois últimos anos usaram como referenciais de pesquisa teóricos que vão ao encontro, pelo menos em grande parte, da linha de pesquisa adotada por mim ao estudar identidades, como Moita Lopes, Hall e Woodward (OLIVEIRA, 2009;LOPES, 2009;REIS, SILVA, TORRES, 2011;OLIVEIRA, 2012). …”
Section: Identidadesunclassified