“…Silva & Barbosa (2005, p. 34) comentam como movimentos culturais promoveram uma espécie de "exotização da favela", elegendo-a como símbolo da cultura nacional e berço do samba, espaço autêntico da vida carioca, sustentado por representações da beleza rústica, de palco de musas e poetas, da mulata e do malandro, modelos que também categorizam e simplificam. Com outro enfoque, surgem, nos anos 1990, manifestações como o hip hop e o funk, que procuram significar suas próprias experiências por meio da linguagem, em que a favela deixa de ser espaço genérico de barbárie -em um momento em que o tráfico de drogas já havia se consolidado -para se transformar em território com nome próprio, heterogêneo, local de moradia, com as práticas que a constituem, integrante da cidade (LOPES, 2009 2014nos mostra quais foram as transformações ocorridas no discurso jornalístico sobre as favelas cariocas a partir dos anos 1980, em O Globo e Jornal do Brasil, até a década de 2000. Ela demonstra que, até meados dos anos 1990, a favela era enquadrada como lugar de ausência, e os favelados percebidos como vítimas da sociedade.…”