As áreas de várzea do rio Solimões vêm passando por intensas transformações. Mudanças ligadas ao ambiente, ao clima, recursos florestais e o regime das águas, têm indicando novas abordagens quanto a produção da arquitetura vernacular na região. Observam-se também novas configurações culturais e possibilidades técnicas, que refletem diretamente quanto as soluções das edificações produzidas tradicionalmente. Nesse ambiente extremo, o nível do Rio Solimões pode variar até 15 metros entres os períodos de cheia e vazante, transformando o habitar em um desafio, de modo a levar as populações ribeirinhas na Amazônia a desenvolver soluções adaptativas, nômades, em uma configuração complexa em que a sustentabilidade é a diferença entre vida ou morte. O presente artigo busca contextualizar os processos formadores da Habitação Ribeirinha através do olhar sobre a casa, sua configuração e análise sobre seu uso, o espaço construído como interpretação do ambiente extremo, processos culturais e técnicos em constante transição.