Globalização capitalista e formação profissional em saúde: uma agenda necessária ao ensino superior

Abstract

Os impactos da globalização capitalista na educação dos profissionais de saúde podem ser representados por uma formação técnica, polivalente, individualista e competitiva, dentre outros aspectos. Nesse contexto, o espaço público, a dimensão humanística e o pensamento crítico são desprezados. O presente ensaio tem como objetivo propor uma reflexão sobre a educação dos profissionais da saúde para o trabalho alienado em saúde no contexto do neoliberalismo e sugere possibilidades de ruptura com essa formação. Uma agenda temática apresenta conceitos considerados fundamentais na organização do pensamento crítico do profissional de saúde. A intenção é apontar caminhos para a inclusão dos profissionais da saúde na construção de um outro mundo possível, rompendo com a lógica desumanizadora do capital que tem no individualismo e no lucro seus fundamentos.

Diálogos E Interfaces Da Abordagem Geográfica Na Educação Profissional De Nível Técnico Em Saúde

“…O principal enfoque na formação está nos componentes biológicos, na doença e no trabalho clínico e hospitalar, produzindo uma excessiva especialização e o distanciamento dos conteúdos curriculares em relação ao perfil do profissional da saúde e às necessidades sociais da população. (ALBUQUERQUE; GIFFIN, 2008).…”

“…O objetivo é educar para outro mundo possível, para o fortalecimento do pensamento crítico na formação dos profissionais de saúde fornecendo ferramentas epistêmicas para que consigam refletir sobre sua própria prática, disputar um projeto de sociedade e lutar conscientemente pela consolidação do Sistema Único de Saúde no Brasil, comprometido com a universalidade, a equidade e a integralidade do cuidado. (ALBUQUERQUE; GIFFIN, 2008) São variados os aspectos em que a análise geográfica pode contribuir na formação de profissionais de saúde. Na atualidade, categorias e metodologias advindas da geografia são recursos indispensáveis para conhecer as condições e vida e a situação de saúde de territórios, os determinantes e necessidades sociais de saúde, riscos e danos.…”

O desenvolvimento da competência crítica e reflexiva no contexto de um currículo integrado

“…Nos últimos anos, houve uma mobilização progressiva em torno da mudança da formação nas várias profissões da saúde, com incentivo do Ministério da Saúde para a reformulação dos projetos político-pedagógicos dos diversos cursos de graduação da área, com vistas à formação de profissionais críticos e reflexivos, voltados para demandas e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) (ALBUQUERQUE; GIFFIN, 2009). …”