Fatores associados ao risco de pé diabético em pessoas com diabetes mellitus na Atenção Primária

Abstract

RESUMO Objetivo Analisar os fatores associados ao risco de pé diabético em pessoas com diabetes mellitus atendidas na Atenção Primária. Método Estudo observacional, analítico e transversal realizado em Teresina, Piauí, com pessoas diabéticas atendidas na Atenção Primária. A coleta de dados ocorreu mediante entrevista, exame clínico dos pés e análise do prontuário. Os dados foram analisados utilizando os testes estatísticos Mann-Whitney, Qui quadrado de Pearson e regressão logística múltipla. A força de associação entre as variáveis categóricas foi aferida pela Odds Ratio . Resultados Participaram 322 pessoas. A situação conjugal com companheiro apresentou fator de proteção (p = 0,007). A hipertensão arterial (p = 0,045), obesidade (p = 0,011), tabagismo (p = 0,027), não ter sido submetido ao rastreamento (p = 0,046), o controle inadequado da glicemia capilar (p < 0,001), a não disposição para cuidar dos pés (p = 0,014) e a não realização do autoexame dos pés com frequência (p = 0,040) se mostraram fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético. Conclusão Os aspectos sociodemográficos, clínicos e autocuidado interferem no risco de desenvolvimento do pé diabético, destacando a necessidade do rastreamento e de intervenções educativas eficientes para pessoas com diabetes mellitus na Atenção Primária.

Intervenções de enfermagem para prevenção do pé diabético em pessoas com diabetes mellitus

“…A partir da análise dos artigos selecionados, constata-se que o enfermeiro possui um papel efetivo no cuidado aos pacientes com diabetes, e a partir da consulta de enfermagem, é capaz de identificar as pessoas que possuem riscos de desenvolver ulcerações. Durante a consulta, esse profissional é capaz de realizar a avaliação de fatores de risco através do exame físico e de exames laboratoriais, e a partir disso, realizar orientações e encaminhamentos necessários (Lira et al, 2020).…”

“…Estima-se que essa complicação é responsável por cerca de 70% das amputações por motivos não-traumáticos (Calado et al, 2020). É decorrente do desequilíbrio metabólico, carência de conhecimento e má adesão ao tratamento recomendado, bem como higiene deficiente, utilização de calçados inadequados e não tratamento de outras alterações (Lira et al, 2021).…”

Instrumento Para Avaliação Do Pé Diabético: Construção E Validação

“…Prevaleceram os idosos jovens a partir de 60 anos, do sexo feminino (70,2%). No entanto, ele divergiu quanto à situação domiciliar, visto que este estudo não avalia esse perfil 7 . No entanto, um estudo desenvolvido com pacientes diabéticos na zona rural de um município de grande porte do Sul do Brasil identificou uma alta prevalência de risco de ulcerações nos pés nos pacientes com DM residentes da zona rural, comparando com aquelas que residiam na zona urbana 8 .…”

“…Em contrapartida, 76,7% possuíam baixa acuidade visual. A acuidade visual dificulta a autoinspeção dos pés e pode predispor o indivíduo a traumas nos pés, fator este que deve ser identificado e acompanhado pela atenção primaria 7,11 .…”

“…A perda da sensibilidade torna os pacientes mais propícios a desenvolver lesões traumáticas, visto que se torna imperceptível pelo mesmo, buscando tardiamente o serviço de saúde, levando a um diagnóstico tardio. Atualmente, o exame de rastreamento de neuropatia diabética com a avaliação da sensibilidade dos pés apresenta alta especificidade e boa relação com a diminuição de lesões traumáticas 3,7,14 .…”